Não sei se o título deste artigo representa algo para a coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins, que esteve no passado sábado, na manifestação contra o racismo em Lisboa.
Possivelmente não lhe dirá nada, pelo simples facto do Pedro, de 24 anos, estudante finalista de Eng. Informática, ter sido assassinado por três assaltantes negros. Lamentavelmente, o BE nada disse em relação a este jovem.
Na mesma altura, houve também um crime em Bragança, portanto, o título deste artigo também poderia ser Luís Giovanni. Estudante cabo-verdiano de 21 anos, foi barbaramente agredido a 21 de dezembro, acabando por morrer 10 dias depois, em consequência da agressão de um grupo de 15 indivíduos de setores indiferenciados da sociedade.
Mal o Luís foi agredido e hospitalizado, gritos de ódio racial ecoaram na Rua da Palma e o Pedro continuou ignorado, mas quando foi confirmado pela PJ que o crime não tinha qualquer relação com racismo, o silêncio do Bloco tornou-se ainda mais ensurdecedor.
Ensurdecedor foi também o silêncio quando a 24 de maio, no Seixal, desacatos entre etnias diferentes fizeram um morto e um ferido grave. Sobre este caso, nem uma palavra de Catarina Martins.
O racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em perceções sociais baseadas em diferenças biológicas entre os povos.
Convém ainda lembrar que o mesmo partido que marcou presença e apoiou a manifestação contra o racismo em Lisboa, votou contra o voto de pesar pela morte de manifestantes na Venezuela há cerca de 4 meses.
O Bloco de Esquerda, prova que para além de populista e extremista, é racista. A manifestação de sábado é, por si só um ato racista, não pela indignação para com a morte de George Floyd, mas sobretudo pela incoerência na atitude e pelo desrespeito pelos sacrifícios dos portugueses, ao promover na região atualmente mais afetada pela Covid-19, uma manifestação sem qualquer segurança.
Espero que a Catarina e o Bloco, venham dar a cara se esta região do país, ou o país no seu todo, tiverem de voltar a confinar, a ver mais empresas fecharem, mais empregos destruídos, mais crianças trancadas em casa, mais mulheres e crianças vítimas de abusos, mais doentes à espera de consultas e cirurgias no Serviço Nacional de Saúde.