Sábado, 2 de Novembro de 2024
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Poiares

Poiares é uma localidade do interior do país, mais concretamente, do Concelho do Peso da Régua, no Distrito de Vila Real, a dois passos do Rio Douro e do Alto Douro Vinhateiro, hoje tão celebrado, por ser Património Mundial.

Porém, esta linda terra duriense, ainda não está de luto, mas apressa-se a que isso aconteça, em virtude de uma decisão absolutamente injusta e inqualificável do Ministério da Educação, que está a decretar a sentença de morte, do Colégio Salesiano, que ali se instalou em 1924. Que mal fez esta quase centenária instituição de Ensino Secundário para lhe ser imposta esta tão dura pena? Reparemos nos números estatísticos e as circunstâncias do ambiente geográfico e sociocultural em que se insere.

Vai afetar 225 alunos, 25 funcionários e 21 professores. Chegou a ter mais de cinco centenas de alunos, nos diversos níveis de ensino: básico e secundário, para além de Cursos de Formação, atividades de complemento curricular, formação musical, atividades culturais, clubes escola (informática, xadrez etc…) e internato.

É uma instituição da Congregação dos Padres Salesianos, teve sempre como vocação preparar jovens, formar homens e mulheres para a vida.

Apesar de gestão privada, afirma o Presidente da Junta daquela Freguesia Paulo Primo, os Salesianos não estavam aqui pelo lucro. Fizeram, investimentos brutais, um pavilhão ao nível das grandes cidades.

O Colégio era o grande motor de desenvolvimento de várias freguesias circundantes, numa área de raio superior a 10 quilómetros, para além de receber alunos de outros concelhos, designadamente de Vila Real.

Porque é que então, a uma instituição tão útil socialmente é imposta esta tão pesada pena de encerrar? Resposta: no cumprimento de leis, que querem, dizem, acabar com o ensino privado no nosso país. Mas será que não é do interesse público que haja instituições como esta, a dar formação, internato, apoio extraescolar, sobretudo fora dos grandes centros populacionais?

Como todos os que nos leem sabem, temos vindo a dar grande apoio e visibilidade ao chamado Movimento pelo Interior, liderado pelos autarcas de Vila Real e Guarda e a que dão o seu nome figuras como Miguel Cadilhe e o Reitor da UTAD, Prof. Fontainhas Fernandes. Será que o eventual encerramento (ainda temos esperança que não) de uma Escola destas, não é uma machada neste tão assertivo movimento? Será que toda a gente tem medo de afrontar os partidos da extrema esquerda? Que são as formações políticas a quem o ensino privado abomina e impuseram à Geringonça esta absurda e iníqua ideia de acabar com ele? Como é evidente as consequências políticas desta pérfida decisão vão ser sofridas pelo Governo e naturalmente pelo Partido que lhe dá o rosto – o Partido Socialista, mas isso pouco importa, numa região tão vazia já de população ativa.

Aqui deixamos o nosso apelo aos responsáveis pelo Movimento do Interior, em particular o Presidente do nosso Município, para que se empenhe neste processo, por forma a fazer reverter esta insensata decisão do Ministro da Educação.

Seria uma forma até de dar credibilidade às propostas apresentados por este tão oportuno Movimento.

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