Na próxima quinta-feira, dia 23, a população de Pedras Salgadas vai reunir-se numa “mega manifestação” e entregar aos responsáveis da Unicer um abaixo-assinado, com 1500 assinaturas, onde exige o “cumprimento na íntegra” do projecto de reconversão do Parque Termal, que, apesar de já estar aberto ao público, continua, segundo a população local, com graves falhas.
“Todas as intervenções planeadas reforçam a sua vertente de espaço hoteleiro e de lazer, não apenas destinado a receber o visitante que se desloca em férias ou passeio, mas também para funcionar em estreita conexão com a comunidade envolvente. Nesse sentido, irão ser recuperadas, e nalguns casos ampliadas, todas as infra-estruturas relacionadas com a fruição aberta do Parque, nomeadamente ao nível da vertente comercial e de restauração”. Pelo menos era isso que previa o projecto da Unicer para o Parque Termal de Pedras Salgadas, um projecto considerado de Interesse Nacional (PIN).
Segundo Joaquim Ferreira, um dos cidadãos que já assinou o abaixo-assinado e a petição on-line, a verdade é que “a Unicer, proprietária do Grupo ‘VMPS’ Vidago Melgaço e Pedras Salgadas, vem, desde 2002, a explorar apenas a vertente industrial, engarrafando as tão conhecidas garrafas de 1/4 L. Lamentavelmente, apenas investiu a 100 por cento na área industrial. Na área termal, apenas recuperou o Balneário SPA”.
“O Parque abriu em Maio deste ano em condições vergonhosas, não existindo uma única unidade hoteleira a oferecer alojamento”, sublinhou a mesma fonte, questionando como será possível “vir a ter resultados económicos na frequência do Balneário SPA se este não tem onde receber os aquistas?”.
Num texto difundido via e-mail para a divulgação da petição on-line, intitulada “Queremos novamente o parque de Pedras Salgadas”, o movimento de cidadãos defende que o “hotel com o nome de Siza Vieira, um projecto que foi feito e badalado, apenas serviu para assinar o PIN e receber para a área industrial e para Vidago os milhões de euros”.
A população enumera um sem fim problemas existentes actualmente, inclusive o não funcionamento das nascentes aos domingos, a destruição das piscinas, a recuperação deficiente da zona de mini- -golfe e do lago, que continuam com vastos espaços degradados e sujos, e a Casa de Chá, que continua abandonada. “Temos um SPA, um tanque e um lago. Só isso”, lamentou Joaquim Ferreira.
Outra das preocupações da população prende-se com a retirada do portão principal do Parque que ostentava o nome de Pedras Salgadas e a data de 1914. “É uma espécie de brasão que foi retirado para ser recuperado já em Junho e que ainda não regressou ao seu espaço original”, referiu o mesmo cidadão, questionando o porquê de outros portões continuarem em estado lastimável e não serem recuperados. Será que a “porta nobre” do parque vai voltar? Questiona-se.
“Também o Hipódromo Internacional das Romanas e as Fontes de Sabroso estão em total abandono e ruína”, reclamam os cidadãos.