Quinta-feira, 18 de Abril de 2024
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António Martinho
António Martinho
VISTO DO MARÃO | Ex-Governador Civil, Ex-Deputado, Presidente da Assembleia da Freguesia de Vila Real

Porque urge preservar a memória

A Resolução 60/7 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a 1 de novembro de 2005, institui o dia 27 de janeiro como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

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Tinha por propósito não esquecer o genocídio em massa de seis milhões de judeus pelos nazis e é considerado um dos maiores crimes contra a Humanidade. Pretendeu-se, ainda, criar um momento para educar para a tolerância e a paz. Talvez porque já estamos algo distantes do que essa Memória não deixa esquecer, ou porque outras causas ou acontecimentos se mostram mais motivadores para a opinião pública é que o relevo na comunicação social não foi grande. Mas a educação para a paz e a tolerância têm hoje grande atualidade.

Procurando relembrar o que a História nos ensina, indaguei na primeira metade do século XX, o que poderia ter dado motivação para tanta atrocidade, que designamos por Holocausto – a morte de mais de seis milhões de judeus, em Campos de Concentração e de Trabalhos Forçados. Uma ideologia, o nazismo, marcada por um Estado com poder absoluto, pela proibição da liberdade de expressão, pelo nacionalismo e pela eugenia – aperfeiçoamento da raça humana através do controle reprodutivo e da eliminação de determinados grupos considerados inferiores. Coincidência. Nesse mesmo dia tinha início um evento partidário, organizado na sequência de uma imposição do Tribunal Constitucional que exigia uma alteração aos estatutos para que o líder não concentrasse tanto poder em si próprio. Afinal, a avaliar pela imprensa que acompanhou o evento, os estatutos não foram alterados. Voltou a vigorar uma versão anterior. Alterar porquê? terão pensado e decidido os ilustres dirigentes. Talvez por isso se tenham ouvido afirmações como “somos os melhores, somos os mais puros”, em sintonia com a sondagem que atribui à maioria dos seus militantes “visões racistas e xenófobas” e com o autor da proposta de acabar com a disciplina de Cidadania nas escolas. Também os que fizeram o holocausto assim pensavam. Ou os que há quase um ano invadiram a Ucrânia, que destroem, mas que chamavam um país “irmão” e queimam zonas residenciais como se fossem pontos estratégicos da guerra.

Sobram os motivos para trazer à memória o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Ficam neste apontamento alguns. No espírito da Resolução da ONU – educar para a tolerância e a paz. Afinal, hoje, bens inestimáveis.

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