Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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Luís Tão
Luís Tão
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Vila Real

“Pro bono”

No final do mês de março fomos surpreendidos pela nomeação de um novo Diretor Executivo para a empresa “Águas do Interior Norte, S.A” (ADIN), depois da saída do Administrador para ocupar o lugar de deputado na Assembleia da República.

Surpresa, por um lado, pela escolha ter recaído num técnico – habilitado para o efeito, é certo – que se encontrava na situação de “Aposentado” e, portanto, a gozar a merecida reforma. E, por outro lado, o regime em que passou a ser gerida a empresa, desde o dia 26 de março, pelo novo Diretor Executivo: em regime “Pro bono”.

“Pro bono” é uma expressão latina que significa “para o bem público” ou “para o bem comum”. Geralmente, é usada para descrever serviços legais ou profissionais que são prestados gratuitamente, sem cobrança de honorários. Esses serviços são muitas vezes prestados em apoio a organizações sem fins lucrativos, clientes de baixa renda ou causas sociais.

A ADIN foi constituída em 15 de novembro de 2019 e tem como missão a gestão dos serviços municipais de abastecimento público de água e de saneamento de águas residuais de oito municípios que integram a Comunidade do Douro, incluindo Vila Real.

Como o próprio ex-administrador da empresa admitiu na hora da despedida “a sustentabilidade da ADIN não está ainda garantida”, pelo que só este facto já devia ser um motivo de preocupação para todos, e motivo suficiente para que se procurasse obter uma solução a nível da gestão da empresa mais estável e duradoura. Estamos a falar de uma empresa que tem como missão, desde logo dar a garantia aos cidadãos de um bem fundamental e essencial para a vida, que é a água.

Naturalmente não está em causa a idoneidade, a competência e a valia técnica da pessoa em questão, que é reconhecida pelo trabalho desenvolvido no setor nos últimos 20 anos.
Pode-se questionar sim, se não existe corpo técnico suficiente na empresa, de modo que, na ausência, ou na necessidade de substituição de uma chefia (no caso um Administrador) se possa recorrer a um desses colaboradores, do quadro da própria empresa, para assumir essa função?

Já não nos bastava a situação caricata e “estranha” que ainda persiste na empresa “Vila Real Social”, da gestão do seu presidente do Conselho de Administração também em regime “Pro Bono”, temos agora a ADIN a nomear para gerir os seus destinos alguém que já esteve na anterior empresa (EMAR_VR), saiu para a Águas do Norte, S.A., aposentou-se, estava em pleno gozo da reforma, e regressa agora à empresa ADIN.

Até se aceita a necessidade de que, em determinados lugares, as administrações sejam da confiança política de quem governa localmente um concelho, mas, nessa circunstância, surge outra questão: não tem o Partido Socialista em Vila Real nos seus quadros, pessoas capazes para assumir um lugar de forma autónoma, responsável e competente, como seja Opinião? Ou da Vila Real Social?

Surpreende este recurso a pessoas que já estão aposentadas da sua atividade, em detrimento de pessoas que estão no ativo, em plena atividade nas próprias empresas, sendo técnicos da mesma forma válidos e merecedores de uma oportunidade de valorização e reconhecimento.

Estranha-se este critério que o Partido Socialista em Vila Real ainda persiste utilizar.
Estas portas giratórias no Partido Socialista começam a ficar ferrugentas, até ao dia que vão mesmo deixar de abrir e fechar.

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