Durante o primeiro semestre deste ano, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) deverá receber a auditoria final do Processo de Acreditação pela Join Comission International (JCI), um dos mais importantes órgãos certificadores de padrões de qualidade das organizações de saúde no mundo.
Segundo fonte do Centro Hospitalar, a “JCI é uma divisão da Join Commission on Acrditation on Healthcare, que tem como missão específica melhorar a qualidade da saúde na comunidade internacional, dando uma acreditação mundial aos serviços”.
O CHTMAD aderiu ao projecto em Outubro de 2005 e, segundo a revista que faz o balanço de 2009 daquele centro hospitalar, “prepara-se para solicitar a auditoria final, no sentido desta poder realizar-se ainda no primeiro semestre de 2010”.
“Para que tal seja possível, muito tem contribuído a cultura organizacional da instituição, baseada em princípios e valores que fundamentam a qualidade dos seus serviços e tem propiciado uma rápida disseminação dos conceitos e ferramentas de qualidade entre os colaboradores”, explica na referida revista Clara Branco, gestora de Qualidade e Coordenadora do Projecto de Acreditação pela JCI.
Fundada em 1951, a JCI, uma organização privada sem fins lucrativos nascida nos Estados Unidos, credita actualmente mais de 20 mil organizações da área de prestação de cuidados de saúde.
Com o processo de acreditação, o CHTMAD pretende “demonstrar a existência de um “compromisso visível” no sentido de “melhorar a segurança e qualidade dos cuidados prestados aos doentes, garantir um ambiente de trabalho seguro, eficiente e que contribua para a satisfação dos colaboradores, e trabalhar continuamente de forma a reduzir os riscos para os doentes e profissionais”.
Antes da efectiva acreditação, o processo iniciou com a formação de pessoal, passando depois para a elaboração de um diagnóstico inicial, avaliação de progresso, auditoria simulada e, finalmente, a auditoria final, tendo sido criadas, para a sua concretização, duas equipas multidisciplinares que incluem elementos de todas as unidades do CHTMAD, nomeadamente os hospitais de Vila Real, Peso da Régua, Chaves e Lamego.
Segundo Fernando Próspero, director clínico do CHTMAD, citado na revista do balanço de 2009, “com a criação do Centro Hospitalar em Fevereiro de 2007, era imperioso expandir a todas as unidades de saúde do Centro, o projecto de acreditação da JCI que já se tinha iniciado em 2005, no ainda Centro Hospitalar de Vila Real e Peso da Régua. A mais-valia deste projecto alicerça-se em três pilares principais: Normalização, Uniformização, Organização”.
“As normas passam por um processo de elaboração, discussão, consensualização, validação, divulgação e implementação da instituição, permitindo uma maior disciplina, equidade, rigor e segurança para os doentes e profissionais”, explicou o médico, referindo ainda que, quando se fala de Uniformização de procedimentos, fala-se numa melhor integração dos vários colaboradores, diminuindo o risco de erro e possibilitando a monitorização e auditoria”.
Finalmente, no que diz respeito a Organização, o projecto desenvolvido vai favorecer “uma maior celeridade nos processos, melhorando a eficácia e a eficiência com a diminuição de custos”.
O director clínico considera assim que “a adesão ao modelo JCI é, sem dúvida, um projecto dispendioso mas essencial e fundamental para o desenvolvimento do CHTMAD, facilitando a articulação entre as Unidades Hospitalares e contribuindo para a uma melhoria na actividade assistencial.
Segundo o balanço feito pelo Conselho de Administração do centro hospitalar, em 2009, foram realizadas nos seus quatro hospitais mais de 65 mil primeiras consultas e cerca de 215 mil utentes foram atendidos nos serviços de consulta externa.
As urgências receberam uma média de 539 utentes por dia, tendo sido feitas 13.300 intervenções cirúrgicas e mais de 27.500 internamentos.
No total, durante o ano passado, o investimento na prestação de serviços no CHTMAD foi estimado em perto de 124 milhões de euros, sendo de realçar que, até 2011, está em curso um projecto de investimento na ordem dos 70,4 milhões de euros, um projecto iniciado exactamente no ano passado e que já foi responsável pela criação da Unidade de Oftalmologia da Régua, a Via Verde de AVC, de Trauma e de Sépsis, as novas cozinhas e o departamento de formação e a remodelação e ampliação da consulta externa e do Bloco Operatório de Chaves, entre outros.