A Federação Distrital de Vila Real do Partido Socialista (PS) deixou, no dia 11, um apelo aos autarcas sociais-democratas do distrito, bem como às estruturas orgânicas do PSD na região, para que se juntem ao movimento cívico contra a introdução de portagens nas auto-estradas sem custo para utilizador, nomeadamente na A24.
Rui Santos, presidente da federação socialista, pediu aos autarcas do PSD que, “em vez de se resignarem, de acederem à subserviência partidária”, levantem a voz, se “sobressaltem contra o seu líder, na tentativa de forçar uma negociação que não leve à introdução de portagens no nosso distrito”.
O PS mostrou-se indignado com a consternação dos autarcas da região que, em declarações públicas, já se mostraram convencidos que as portagens serão uma realidade, e garantiu que, assumindo “frontalmente contra a cobrança de portagens no interior”, vai participar nas manifestações agendadas.
“Apelamos aos presidentes de câmara do PSD (em especial ao da capital de distrito) para que, em conjunto com os do PS” e reunindo mesmo o presidente das distritais partidárias, para nos aliarmos a um movimento cívico e transversal da sociedade transmontana e alto duriense para sensibilizar Pedro Passos Coelho, que tanto pugnou pelo princípio de utilizador pagador”, referiu Rui Santos.
O mesmo responsável político lamenta que, enquanto presidente da Assembleia Municipal de Vila Real, Passos Coelho, tenha votado a favor da introdução de portagens no distrito, e acusa-o de não ter tido “coragem de enfrentar o vice-rei do Norte”. “Ele teve medo e acedeu às pretensões de Rui Rio”, sublinhou.
Quanto às portagens em si, o PS nem sequer acredita que estas venham a ser uma mais-valia para a recuperação económica do país. “Somos solidários com a tentativa de consolidar as nossas contas públicas, mas entendemos que o contributo das possíveis portagens seria muito reduzido e até negativo, porque o volume de tráfego é diminuto e a renegociação com as concessionárias obrigará a pagamentos acrescidos”.
Rui Santos lembra ainda que há troços da A24 que foram pagos com verbas comunitárias. “Não percebemos, não há nenhum estudo que comprove que o pagamento de portagens possa trazer benefícios para a consolidação das contas públicas”, frisou.