Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Quem forma e educa hoje?

Possivelmente, andamos todos impressionados, por mim falo, com a falta de educação e com a carência de formação moral e ética que são manifestas na vida social e nas relações humanas. 

Se progredimos na formação intelectual, técnica e científica, parece-me que retrocedemos em alguns valores humanos. Veja-se a violência que os jovens hoje facilmente cultivam. Nas nossas discussões públicas e contendas notamos que as pessoas desaprenderam a saber falar umas com as outras com simpatia e serenidade, com interesse e respeito mútuo, com boa-vontade e elevação. Como muito bem diz o povo, pode-se ter mais ou menos cultura e ter mais ou menos importância e reconhecimento social, o que nunca se pode deixar de ter é boa educação e ética, que ficam sempre bem. Uma pessoa sem maneiras, rude, áspera, fria, desonesta, irresponsável, calculista, violenta, sem princípios, terá sempre fraca aceitação e reprovação social. 

Havia algumas instituições que tinham um papel importante na formação das pessoas e que hoje passam ao lado de muitas pessoas. A tropa ajudava a interiorizar a disciplina de vida, o aprumo, o saber viver com regras, o comportamento adequado, o saber trabalhar em equipa, o respeito saudável pela hierarquia, a organização e o método, o brio e a responsabilidade. A Igreja contribuía muito para a formação humana, social e espiritual das pessoas. A fé também é um conjunto de valores humanos e sociais e um conjunto de sentimentos que dão densidade à vida da pessoa. Muita gente que passou pela Igreja, nos seus muitos movimentos e instituições, saiu com outra riqueza interior e com uma consistência humana marcante. A Igreja formava pessoas. A família tinha também uma ação basilar. Os pais tinham a preocupação de acompanhar os filhos, dando-lhes o exemplo antes de mais, e exerciam a autoridade, possivelmente, com alguns excessos, mas havia um caminho e um discurso claro quanto ao ser e estar na vida. Hoje a família está muito instável e tem um discurso desordenado e difuso, subjugado aos “peritos da educação” e anda perdida no hedonismo e no consumismo. A escola completava a família. O professor, para além de comunicar os conteúdos do saber e do conhecimento, que não sofriam grandes flutuações, era também um educador rigoroso e exigente, que promovia o desenvolvimento das capacidades, a interiorização de valores e o crescimento humano. Tudo isto tem vindo a falir e assim talvez se compreenda a falta de formação humana que hoje se verifica. 

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