A hipótese de ser padre deve colocar-se numa perspectiva de serviço a este povo transmontano: quem há-de olhar por este povo? Trás-os-Montes precisa de muita coisa: mais estradas, mais gente, mais centros de trabalho e de estudo, mais cuidados de saúde. Mas precisa também de quem ajude estes milhares de homens e mulheres, jovens e crianças, sãos e doentes, a viver a sua fé. Procuram os sacramentos, desejam o padre, gostam de ouvir a doutrina cristã, querem rezar. É uma pena vê-los sem pastor.
Foi assim que o senhor Bispo se referiu à Semana do Seminário durante a Missa que celebrou em Torgueda, na visita pastoral.
Torgueda é uma paróquia muito extensa, que ultrapassa o IP4 na zona da Campeã, desde as aldeias de Castedo e Farelães, encravadas no Marão, até às encostas de Tuizendes e Pomarelhos, no pólo oposto, terras soalheiras sobre o concelho de Santa Marta. É uma terra de montanha com alguns produtos da zona douriense.
O senhor Bispo deslocou-se a todas as aldeias na tarde da sexta-feira, viu as respectivas capelas e encontrou–se com as crianças da escola e à noite voltou lá para falar com os crismandos e grupos da paróquia. Tem 540 fogos com 2000 almas.
Além da igreja paroquial, com talha monumental, a paróquia possui um centro social sedeado na antiga casa paroquial que alargou, residindo o pároco numa pequena casa arranjada num prédio mais antigo.
Na tarde do Domingo celebrou a Eucaristia e o Crisma. Os fiéis receberam o prelado com sinais festivos e a igreja encheu completamente tendo ainda um grupo numeroso no espaço exterior da porta principal donde acompanhou toda a celebração.
Na homilia, a partir do texto paulino sobre a Igreja como povo de ministérios, o senhor Bispo falou do «homem que tem o ministério de falar de Deus à comunidade cristã e ao mundo». É a necessidade viva desse serviço ao povo que um jovem e um adulto católicos devem colocar-se. Trás-os-Montes precisa de muita coisa: mais estradas, mais gente, mais centros de trabalho e de estudo, mais cuidados de saúde. Mas precisa também de quem ajude estes milhares de homens e mulheres, jovens e crianças, sãos e doentes, a viver a sua fé. Procuram os sacramentos, desejam o padre, gostam de ouvir a doutrina cristã, querem rezar. É uma pena vê-los sem padre. E continuou: Houve tempo em que alguns pais e alguns jovens poderão ter procurado o Seminário para se promoverem. Hoje a questão tem de se colocar claramente em termos de serviço à população transmontana, e a idade de decisão não é a quarta classe mas todo o percurso da juventude, mesmo no tempo da Universidade, pois o jovem amadurece devagar. Os pais católicos, operários e funcionários públicos, talvez mais que os proprietários agrícolas, podem custear as despesas da formação de um filho no Seminário e devem inquietar-se sobre esta vocação pois o novo padre é pároco de famílias nascidas desses sectores.
Naturais da paróquia, ainda há várias Religiosas e um padre diocesano. Frequenta o curso de teologia um jovem da paróquia.
No final da celebração houve um lanche para os membros do grupo.
Crismaram-se 88 jovens. É pároco o P. Ernesto Paulo Cateno Lúcio, a quem estão confiadas também a Cumieira e S. Miguel da Pena, além do quartel militar de Vila Real.