Tivemos assim oportunidade de ouvir e ver as respostas que foram sendo dadas por um dos maiores devedores – qualquer coisa como mais de trezentos milhões de euros. A deputada Mariana Mortágua, com o dossier bem estudado, confrontou as personalidades inquiridas, com notável precisão, citando a importância dos créditos concedidos, datas dos números e pormenores das operações. A resposta do inquirido no caso, um conhecido dirigente de um Clube de Futebol, era invariavelmente: sim, recordo perfeitamente ter pedido esse crédito. Porém, a empresa para quem ele foi destinado já não existe. Retorquia a deputada: mas, o senhor sabe, que essa verba não foi paga. Isso já não sei, porque isso já se passou há muito tempo e há muito que deixei de ter responsabilidade financeira. Insistia a Deputada: Mas o senhor sabe, que este empréstimo foi concedido pelo Banco, porque havia o seu aval pessoal, para garantir o seu pagamento. Eu sei, porém eu, pessoalmente, não tenho nenhum património em meu nome.
Foi uma audição que durou seguramente mais de três horas e que se resume a isto. Eu sei que pedi esses créditos, que dei o meu aval pessoal, mas não tenho nada com isso, porque todos os créditos foram para empresas que há muito deixaram de existir. Como este grande devedor, um outro que foi ouvido por videoconferência, por estar a residir no Brasil e que, ao fim de menos uma hora, se percebeu que o sujeito estava a gozar com os parlamentares.
Então, o nosso sistema judicial admite isto, sem qualquer penalização para quem é devedor? Isto não é crime? Uma autêntica aberração, este nosso sistema penal.
Neste fim de semana, dezenas de milhares de cidadão britânicos, deslocaram-se ao Porto para assistir à final de Champions, entre duas equipas inglesas, o Manchester City e o Chelsea.
Seria natural que o jogo fosse em Londres, e mandaria a prudência que, em estado de pandemia, não houvesse público no Estádio.
Pois bem, a realização do evento foi assumida pela FPF, realizada no estádio do Dragão, com várias dezenas de milhares de cidadãos britânicos, a passearem-se pela cidade do Porto e por outras cidades – vide Lisboa –, sem quaisquer restrições.
Percebemos o interesse em receber turistas, porém dadas as circunstâncias, poderemos ter de pagar caro. E se assim suceder, quem é que virá a ser responsabilizado?