“O que acontece no Parque Natural do Alvão, está também a acontecer em todo o país, onde existe um desinvestimento total nas áreas protegidas. O Poder Central descapitalizou totalmente as estruturas e esvaziou-as de competências e de poder. No mapa dizem que é um parque natural, mas, na prática, já não existe qualquer parque natural. Além disso, a sinalização está completamente destruída”, sublinhou João Branco, da Quercus de Vila Real.
Este responsável apontou algumas “agressões” de que está a ser alvo a área classificada. Uma delas é a construção da nova estrada que vai ligar Lamas de Olo ao Barreiro. “Não se entende o porquê da estrada não estar prevista no Plano de Ordenamento do Parque do Alvão, que foi publicado há sensivelmente um ano. Essa estrada atravessa a área de intervenção específica do rio Olo, onde também não está prevista a construção de nenhuma estrada, nem nenhuma ponte. Isto é inadmissível”, refere surpreendido.
No rol das críticas, João Branco focou ainda instalação das torres eólicas. “Existem imensos montes à volta, mas tiveram que as colocar no PNA”. O dirigente sublinhou também o caso das Fisgas de Ermelo. “Apesar do trânsito, dentro das áreas florestais, ser condicionado durante o Verão, basta ir lá em Agosto ou Setembro para ver tudo cheio de carros”.
Outra situação que não lhe passou despercebida tem a ver com uma placa de trânsito próximo de Lamas de Olo. “Na estrada para Barreiro há uma Placa de Trânsito Proibido com as referências: Respeite a Sinalização, Proteja a Natureza, Junta de Freguesia de Lamas de Olo, Parque Natural do Alvão. Continuo sem perceber como está ali aquela placa há mais de 10 anos e agora vão fazer uma estrada naquele mesmo local”.
Tentamos ouvir uma reacção das estruturas responsáveis pelo PNA, mas até agora ainda não foi possível recolher qualquer informação.