Sexta-feira, 29 de Março de 2024
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Quero a misericórdia e não o sacrifício

No dia 7 de maio, a senhora Inês Menezes, no seu programa Fala com Ela, na Antena 1, convidou a fadista Aldina Duarte.

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A um certo momento da entrevista, diz assim Aldina Duarte: “O meu Deus é um Deus pleno de amor incondicional. Por isso é que não sou católica, sou profundamente cristã, não tenho o culto do sacrifício e do sofrimento. Acho horrível isso. O meu Deus vem pela via da doutrina do Cristianismo, e não é uma razão. Encanta-me a ideia de que há uma forma de existência para o amor incondicional. O meu Deus é o Deus que vem pela via cristã, pleno de bondade e amor incondicional”.

Diga-se, em primeiro lugar, que o Deus católico é um Deus de amor incondicional e assim se deu a conhecer em Jesus Cristo. A cruz de Jesus, que Ele livremente aceitou, é a maior prova e sinal do amor infinito e incondicional de Deus pela humanidade.

Não ser católica porque o catolicismo propõe o sacrifício e o sofrimento para expiar a culpa, é uma afirmação incorreta. O Deus de Jesus Cristo não exige sacrifícios cruentos e dolorosos, como eles existiam noutras religiões ou práticas religiosas, em que se ofereciam vítimas esquartejadas a Deus, num altar, para pedir misericórdia, a bênção de Deus ou aliviar a ira de Deus. Isto não existe no Cristianismo. Deus não exigiu o sacrifício de Jesus Cristo para remir os pecados do mundo, nem a morte de Jesus, tal como aconteceu, fazia parte de um plano sanguinário e maquiavélico de Deus para salvar a humanidade.

Uma conceção cristã que sustente esta ideia é descabida. Os acontecimentos encaminharam-se para uma paixão violenta e, diante da paixão, Jesus Cristo não recuou e ofereceu a sua vida, e Deus aceitou-a. Portanto, quando no Cristianismo se fala de sacrifício estamos a falar de entrega livre e amorosa, estamos a falar de oferta, dom de si a Deus e aos outros, por amor, e não exigência cruel de Deus para expiar o pecado ou a culpa humana. Quanto ao sofrimento, é outro equívoco. Jesus no seu tempo combateu o sofrimento e foi um libertador para as pessoas.

Portanto, o sofrimento não agrada a Deus, nem Deus quer o sofrimento da pessoa humana, e se alguém pensa que agrada a Deus impondo-se a uma dilacerante experiência de sofrimento, está-se a desviar do caminho e do Evangelho de Jesus. O amor é que importa. Por vezes, o amor pode implicar sacrifícios e sofrimento. Mas isso é outra coisa. E quem ama de verdade sabe do que estou a falar

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