Os cartazes do PS e a informação veiculada pela Câmara juntamente com a factura da água centraram as atenções da última reunião do actual mandato da Assembleia Municipal de Vila Real, que, realizada no dia 24, serviu ainda para lembrar outras questões polémicas dos últimos quatro anos.
“Não nos foi transmitido por ninguém nenhum incómodo”, garantiu Rui Santos, da bancada socialista em resposta a um e-mail lido por Manuel Martins, presidente da Câmara Municipal, que dava conta do descontentamento de Vítor Nogueira, director do Teatro de Vila Real, pelo facto do seu nome ter sido utilizado como “arremesso político” num cartaz de campanha do PS.
Apesar de explicar que “não comenta os cartazes dos outros”, o autarca garante que se limitou a responder à questão levantada ao afirmar que “houve abusos” no cartaz de campanha em que o PS agradece a mais de uma dezena de vila-realenses pelo contributo que deram à área da cultura. A listagem dos nomes “nada tem a ver com questões político-partidárias”, garantiu Rui Santos, revelando que o objectivo foi mostrar que “a cultura é feita por todos, não apenas por uma única pessoa”.
Por outro lado, o partido da oposição voltou a criticar o envio das informações das Empresas Municipais juntamente com as facturas da água, uma iniciativa que o deputado Rodrigo Sá considerou ser um acto de propaganda eleitoral e classificou como uma demonstração de “esperteza saloia” por parte da autarquia.
Depois de criticar a linguagem do deputado que, como defendeu, “raiou o limite da má educação”, Manuel Martins esclareceu que o envio da informação “não tem nada a ver com eleições”. “Achamos que era hora de fazer chegar aos cidadãos a informação municipal”, defendeu o mesmo responsável político, explicando aquilo que a autarquia fez foi “utilizar a correspondência da EMAR para não gastar mais dinheiro. Muitas câmaras o fazem”, garantiu.
O PS lamentou também que, no relatório entregue aos deputados sobre a actividade da autarquia ainda esteja incluído o contencioso do Complexo do Seixo, o que indica que o processo, que vai implicar o pagamento de uma indemnização de 2,2 milhões de euros aos proprietários do terreno onde vai ser construída a Central de Transportes e o Pavilhão Desportivo, ainda não está resolvido. No entanto, Manuel Martins garantiu que a situação está resolvida e que a informação sobre o processo judicial entrou no relatório “por engano”. “Trata-se de um lapso, a questão da Trigere não devia constar nesta relação”, garantiu o autarca referindo, inclusivamente, que já foi paga a primeira prestação do valor acordado em tribunal.
No final da Assembleia, Pedro Passos Coelho, presidente da Mesa, fez um “balanço positivo mas não conformado”. “É positivo na medida em que a Assembleia representou bem o seu papel, quer de fiscalização do executivo, quer de confronto de ideias políticas entre as diversas sensibilidades partidárias representadas”, sublinhou.
Mais, Passos Coelho mostrou-se satisfeito pelo facto do órgão municipal ter “facilitado e aprofundado” a relação com os munícipes.
“Não é um balanço conformado porque ficamos aquém de algumas metas afixadas, quer para reuniões de comissões especializadas, quer no acompanhamento de outros órgãos da administração”, concluiu.