“Não se pode ganhar na secretaria o que se perde nas urnas”, defendeu Rui Santos, presidente da Federação Distrital de Vila Real do Partido Socialista (PS), confirmando que a recontagem de votos na eleição para a Câmara Municipal de Mesão Frio não alterou o resultado.
Marco Teixeira, ex-presidente da autarquia mesãofriense, e mais uma vez a aposta do Partido Social-Democrata (PSD) na corrida pela liderança daquele município do distrito de Vila Real, perdeu as eleições para o socialista Alberto Monteiro Pereira, por oito votos.
Segundo fonte do partido vencido, a candidatura social-democrata apresentou “ao juiz presidente da assembleia de apuramento geral”, no dia 13, um pedido de recontagem, um procedimento que Rui Santos revelou que não interferiu no resultado.
“Foram levantadas dúvidas e pedida a recontagem dos votos, é normal”, garantiu o presidente da federação distrital, considerando que “não se trata de mau perder” mas sim de um esclarecimento justo dos envolvidos na votação.
Alberto Monteiro Pereira obteve 1 784 votos, ou seja, 49,17 por cento do total, enquanto Marco Teixeira recolheu o apoio de 1 776 votantes, o que representa 48,95 por cento dos votos. Feitas as contas, e com apenas oito votos de diferença, o PS conseguiu eleger três vereadores e o PSD dois.
Ao afastar o PSD da liderança do concelho nas últimas autárquicas fez-se história em Mesão Frio, tendo em conta que Marco Teixeira iniciaria o sexto mandato no cargo que antes já havia sido ocupado pelo seu pai. Ou seja, desde as primeiras eleições livres depois do 25 de Abril, que a família de Marco Teixeira liderava a Câmara Municipal de Mesão Frio – primeiro o pai, António Teixeira Silva (até 1989) e depois o filho, que concorria para o seu último mandato.
De recordar ainda que Alberto Monteiro Pereira, agora eleito pelo PS, foi presidente da concelhia e vereador eleito pelo PSD e ainda mandatário concelhio da candidatura de Cavaco Silva a Presidente da República.