Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Refer vai apresentar projecto da segunda fase de intervenção até ao final de Junho

Manuel Martins deixou um ultimato ao Governo relativamente às obras na Linha do Corgo, no entanto, a Refer também já informou que, antes de Julho, vai apresentar o projecto da segunda fase da intervenção inicialmente orçada em mais de 25 milhões de euros.

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Em declarações ao Nosso Jornal, Alexandre Chaves, Governador Civil de Vila Real, revelou que a Refer já assumiu o compromisso de apresentar publicamente, até ao dia 30 de Junho, o projecto da segunda fase de intervenção na Linha do Corgo.

A empresa confirmou que está agora em curso “a elaboração de projectos de geotecnia, de drenagem e de via”, no entanto, no comunicado não apresentou qualquer calendarização.

De recordar que, com 103 anos de existência, a linha do Corgo encerrou inesperadamente, no dia 25 de Abril do ano passado, na sequência de uma inspecção de qualidade que detectou que o percurso não estaria nas melhores condições de segurança, deixando populações e autarquias na expectativa sobre o seu futuro.

Recentemente, Manuel Martins, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, garantiu que, depois de uma viagem infrutífera a Lisboa, para onde foi na companhia dos autarcas de Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua e de onde voltou “pior do que foi”, fez um ultimato ao Governo, através do seu representante no distrito, Alexandre Chaves. “Contámos-lhe a história toda e pedimos para pôr ordem nisto, porque se, num curto espaço de tempo, não houver uma resposta eu vou convocar uma conferência de imprensa para contar a história toda, de fio a pavio”, ameaçou o edil, adiantando que foi dado um prazo de oito a quinze dias para que sejam dadas respostas.

Confiante de que ainda será possível realizar a obra, o autarca vila-realense mostrou-se muito indignado não apenas com o atraso, na intervenção, mas com a falta de respostas e honestidade do Governo, através do secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca. “Estamos em tempos complicados, não vamos poder acabar em 2010 mas, em 2011, vamos acabar. Eles deviam ter dito isso, ficaríamos mais contentes”, sublinhou.

Relativamente ao inquérito de satisfação, a REFER indica que com o apoio da CP e das câmaras municipais de Vila Real, Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua foram inquiridas “pessoas nos principais pontos geradores / atractores de viagens, aos utilizadores de transporte público rodo-ferroviário, bem como às escolas, com o objectivo de conhecer os padrões de mobilidade das populações residentes nos concelhos abrangidos” e que concluiu que as populações preferem o autocarro ao comboio.

A REFER adiantou ainda que “com base na informação recolhida nesses inquéritos, que está neste momento a ser analisada, será finalizado o Estudo de Procura – Análise do potencial de procura na Linha do Corgo – do qual resultará uma caracterização actualizada das necessidades de mobilidade a considerar na fase seguinte, em que serão preparadas as soluções coordenadas de oferta de transporte a garantir pelos modos rodo- -ferroviário”.

“Não sei se esse inquérito foi feito e se essa conclusão é válida ou não. O que eu sei é que aquelas populações precisam do comboio”, explicou Manuel Martins considerando que “é preciso haver alguma coesão social e económica, que não se pode só pensar em cifrões”.

Várias são as vozes que têm se levantado a favor da recuperação da Linha do Corgo, sendo de sublinhar o requerimento que o deputado social-democrata Pedro Pimentel apresentou à Assembleia da República com o objectivo de “pôr tudo em pratos limpos”.

“Acho estranho que este Governo tenha tomado posse em Outubro ou Novembro do ano passado e o Senhor Secretário de Estado diga que não conhece o dossier” referiu o mesmo responsável político recordando que “a segunda fase da intervenção terminava agora em Setembro de 2010”.

“Começa a ser evidente uma falha dos compromissos assumidos por parte do Governo. Julgo que poderemos estar diante de uma falsa promessa para as populações e para toda uma região adiantada num período pré-eleitoral”, defendeu lembrando, por exemplo, que “a criação da Comissão de Acompanhamento do processo acabou por não sair do papel”.

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