Durante os dois ciclos de terríveis incêndios de verão que sacudiram a sociedade portuguesa, em 2017, verificou-se (foi a Comissão Independente que o afirmou, desassombradamente) que as suas dimensões elevadas foram devidas a muitas circunstâncias ligadas a falhas, erros, omissões, falta de critério, de fiscalização, de acompanhamento, de preparação, enfim de competência e sabedoria para atuar de modo conveniente em acontecimentos inesperados. Ainda na segunda-feira, tivemos um fenómeno sísmico com epicentro em Arraiolos e que se fez sentir em vários locais, incluindo Lisboa. Logo veio aos canais televisivos uma caterva de “especialistas” alertar para as insuficiências, os erros, a falta de preparação para lidar face a este pequeno “tremor de terra” (o que seria se em vez de quatro e tal na escala de Richter fossem seis ou sete!… – disse um “conaisseur” destas coisas que vive enfiado num gabinete, entre números, gráficos e outras aflições). No dia seguinte, foi aquela situação da bancada do Estoril que, abrindo brechas (terá sido o “terramoto”?), desalojou adeptos e anulou o jogo de futebol entre os “canarinhos” e os “dragões”. E em Vila Nova da Rainha, perto de Tondela, foi o incêndio numa associação recreativa e cultural que roubou a vida a oito pessoas, tanto quanto se sabe por erros de construção do edifício, falta de fiscalização das entidades responsáveis pela segurança e proteção civil e por descuidos que desprezam a necessidade de estar atento à manutenção dos equipamentos.
José Miguel Júdice, num “judicioso” comentário num dos canais televisivos, disse que é necessário, de vez, que os portugueses (em geral) se responsabilizem pelo que fazem. Que sejam verdadeiramente responsáveis.
Não podemos deixar de lhe dar razão, ao vermos como são feitas certas obras por aí e como se trata delas…