Interrogamo-nos sobre as circunstâncias da vida deste homem, para criar tanta empatia entre os seus concidadãos. Afinal um homem, que quando jovem, frequentou como os demais seus contemporâneos, os bancos das Escolas Secundárias (Liceu), cedo revelando uma especial aptidão para o jogo da bola, numa altura – anos sessenta – em que o Campo do Calvário se enchia nas tardes de domingo para ver tantos artistas daqui naturais, que nos faziam sentir orgulho por esta terra de pra cá do Marão, que era capaz de ombrear com as equipas do litoral que nos visitavam, e que na maior parte das vezes um punhado de jovens vila-realenses conseguia levar de vencida.
O Miro fez parte desta geração de atletas locais, de que nos orgulhávamos. Eles eram, o verdadeiro rosto do SCVR e da nossa cidade. Por isso eles ficaram sempre no nosso imaginário, como heróis.
A maior parte destes desportistas acabou depois integrada profissionalmente nas atividades locais, em particular no funcionalismo público. O Miro, acabaria colocado no Tribunal, onde, como Oficial de Diligências, se viria a tornar num rosto amigável dos Serviços de Justiça. Quem não conhecia o Miro do Tribunal?
Ele e muitos outros funcionários judicias eram garante da boa acessibilidade até aos magistrados. Eles eram na realidade, como ainda hoje outros o serão, os verdadeiros rostos do Tribunal.
Teve a sorte, este nosso companheiro de Liceu e de tantas tertúlias, de ter encontrado uma companheira para a sua vida, dando-lhe uma família exemplar. A D. Lídia, também ela foi um rosto da Previdência Social, hoje Segurança Social, pois no seu Serviço de Assistente Social, terá ajudado muitos milhares de concidadãos, a mais facilmente resolverem os seus problemas. Que não eram poucos, à época, como ainda hoje sucede também.
Aqui deixamos esta palavra sentida para ambos, de homenagem para quem partiu e de incentivo para quem continuará entre nós.
E a esta, pelo muito que o Serviço de Voluntariado da Cruz Vermelha lhe deve, o pedido de continuar a dar-nos a todos nós, honrando desta forma também a memória de quem nos deixou.