Tem seis quilómetros e desenvolve-se ao longo da serra de Moroucinhos e Samardã. O Fojo do Lobo é a grande atracção deste percurso que já tem sinalização instalada. Os velhos pastores dizem que esta Rota traz recordações “de tempos difíceis”.
Tem seis quilómetros e situa-se no fundo da serra de Moroucinhos, junto à aldeia de Samardã, o primeiro Circuito Pedestre do Lobo da região transmontana. Está já concluído e, em breve, deverá ser inaugurado. Uma das suas atracções é o Fojo do Lobo, cerca centenária em pedra posta e que servia para apanhar os então temíveis animais dizimadores dos rebanhos locais. O Circuito contém várias placas interpretativas, implantadas em alguns sítios dos troços, com informação direccional, turística e de distância, sendo que os seus seis quilómetros estão confinados à distância entre a Igreja de Samardã – Fojo do Lobo – Moroucinhos e regresso ao local do templo religioso.
Para os pastores, velhos conhecidos da serra, “esta rota traz recordações de tempos difíceis. Quantos rebanhos eram atacados pelo lobo! Quando o Inverno apertava, com muito vento e neve, aí estavam eles” – disse Manuel Cabaço, pastor “desde que nasci”, residente em Benagouro.
Este Circuito Pedonal foi criado pela Câmara Municipal de Vila Real (que, em breve, vai apresentar um conjunto de percursos pedestres turísticos do concelho) e contou com a colaboração da Junta de Freguesia de Vilarinho da Samardã. O objectivo deste Circuito, além da componente turística, poderá funcionar com um “elemento importante, na interpretação do lobo”, ao mesmo tempo que poderá dar uma maior visibilidade ao Fojo do Lobo. Aliás, existe a vontade da autarquia de Vila Real e da Junta de Freguesia no avanço de um projecto para a recuperação desta armadilha em rude pedra de granito e que passa pela construção de um Centro de Interpretação, parque de merendas e outros espaços destinados ao lazer e recreação. Mas, no que diz respeito ao Fojo do Lobo, segundo o Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, “é uma estrutura que envolve o IPPAR e outras instituições. Para o efeito, só um esforço conjugado entre todos e o Governo é que poderá permitir a intervenção”.
O Fojo do Lobo possui uma forma oval, com um muro de cerca de três metros de altura e tem um diâmetro variável, entre os sessenta e seis metros por quarenta e três. Tem um buraco, para a passagem de uma ovelha. O ardil, para apanhar o lobo, passava por colocar uma cabra doente, no interior, por esta abertura que, depois, era tapada, com uma pedra. Os validos do animal eram um chamariz para os lobos que subiam a parede (rebordo de dentro saliente), saltando para o seu interior. Depois de a comer, os lobos queriam sair, mas não podiam, devido à configuração da muralha (rebordo). Depois, pastores e população encarregavam-se da morte do lobo faminto.
Jmcardoso