O governante, que presidiu à assinatura, no dia 23, do protocolo entre a autarquia de Mondim de Basto, a Estradas de Portugal e a EDP, para a construção da ligação entre aquele concelho e a Estrada Nacional 210, deixou a certeza de que a decisão do Tribunal “está prestes a ser consumada” e que a obra deverá “ser retomada rapidamente”.
“A instalação dos piezómetros (equipamento utilizado na medição dos caudais e da qualidade da água) está a poucos dias de ficar concluída”, revelou o mesmo responsável político sobre a imposição do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel que, no início de Junho, levou à segunda paragem nos trabalhos de escavação do túnel que vai ‘cortar’ a serra do Marão.
Pese embora o Governo tenha acatado todas as imposições judiciais, Paulo Campos deixou, mais uma vez, a certeza de que o processo de construção foi feito com todos os cuidados, depois dos procedimentos legais necessários, como a avaliação de impacto ambiental, consultas públicas e auscultação dos diferentes interessados.
Considerando que se trata de “um investimento de vital importância e que deveria ter continuado sempre no seu ritmo”, o secretário de Estado sublinhou que todo o processo judicial, que já obrigou à paralisação da obra durante cerca de oito meses “penalizou muito” a região.
Logo no início da escavação do túnel, a empresa Água do Marão interpôs duas providências cautelares, a primeira das quais impediu a monitorização das captações pela concessionária, um procedimento que, alegadamente, estaria a turvar a água.
De recordar que, as obras foram suspensas pela primeira vez no dia 10 de Novembro do ano passado, tendo recomeçado seis meses mais tarde.
O novo arranque dos trabalhos foi assinalado, no início de Maio, com pompa e circunstância e com a presença do primeiro-ministro e de outros membros do Governo.
Com um investimento previsto de construção de 350 milhões de euros e a mobilização 88 pequenas e médias empresas e mais de 1120 pessoas, o troço do Túnel do Marão vai somar 30 quilómetros de extensão, sendo que o túnel propriamente dito contará com 5,6 quilómetros.
O troço, que ligará os concelhos de Amarante e Vila Real, beneficiando directamente cerca de 120 mil habitantes, será depois complementado com a construção da chamada Auto-estrada Transmontana, que, com 186 quilómetros de via, e também já em obra, ligará a capital vila-realense a Bragança num investimento de 500 milhões de euros, constituindo assim a totalidade da A4.
Até a hora de fecho desta edição, os trabalhos no Túnel ainda não tinham recomeçado.