Apesar de ser um projecto da actual Direcção da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, a confirmação surgiu dos membros que constituem a lista adversária para as eleições daquele órgão regional: Vila Real vai ter uma sede distrital da Ordem. Embora possa ser vista como uma tentativa de trunfo eleitoralista, os adversários da actual Direcção admitem que “já era tempo” de haver um espaço dedicado aos médicos do distrito.
“É fundamental criar uma Casa do Médico, em Vila Real”, sublinhou Eufémia Ribeiro, médica candidata a Presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos, no dia 15, depois da apresentação do programa de candidatura da lista às eleições da Ordem, liderada, na Secção Regional Norte, por Luís Monteiro.
A médica adiantou que, tanto quanto se sabe, a “Casa do Médico” ou sede distrital da Ordem, em Vila Real, ficará localizada num espaço já adquirido, na zona das Flores, na capital de distrito transmontana, devendo ser inaugurada ainda durante o mês de Novembro.
Eufémia Ribeiro lamenta a demora na criação do espaço e admite que este poderá ser utilizado como vantagem eleitoral, mas mostra-se, no entanto, muito satisfeita, com a criação da sede. Aliás, a lista liderada, a nível distrital, pela médica de Obstetrícia, adiantou, desde logo, um projecto para dinamização da futura Casa do Médico.
“Para além do apoio administrativo” e de facilitar o “acesso a serviços e documentos”, a Casa do Médico servirá de centro de convívio e espaço de actividades sócio culturais, desportivas e de formação, explicou Maria João Serafino, médica que também integra a lista candidata ao Conselho Distrital da Ordem.
A mesma profissional defende, ainda, que, da cota anual, de 180 euros, a Ordem devia veicular uma percentagem para as suas sedes distritais, de modo a que as suas actividades pudessem “desenrolar-se, de forma sustentada”.
Falando para poucas dezenas de médicos, Luís Monteiro deixou, em Vila Real, “as principais linhas” da sua candidatura à Secção Regional do Norte, revelando ideias que passam pela defesa da “autonomia técnica dos médicos e da liderança dos médicos, nas equipas multidisciplinares” e, ainda, pela “grande aposta na auditoria e na certificação da formação”.
“Não estamos contra ninguém, temos um projecto para a Ordem dos Médicos, uma instituição que representa o saber, a isenção e a excelência técnica dos médicos”, revelou o mesmo candidato, lamentando, no entanto, o facto de a actual Direcção “ser um pouco opaca”, já que não apresenta, com “clareza e transparência”, o seu plano de actividades e relatório de contas.
“Os médicos não sabem nada sobre a sua associação”, frisou Luís Monteiro, deixando ainda o apelo para que os médicos se interessem mais pela ordem que os representa, a começar pela participação no acto eleitoral do próximo dia 12 de Dezembro, sendo de realçar que, no último sufrágio, há três anos atrás, dos cerca de 13 mil médicos que trabalham na Região Norte, menos de 20 por cento exerceu o seu direito de voto.
Maria Meireles