O primeiro dia de junho foi aproveitado pelo Sindicato da Construção de Portugal para anunciar alguns dados referentes à sinistralidade na construção civil e ao mesmo tempo abordar a suspensão das obras no túnel do Marão. O seu presidente, Albano Ribeiro, deu a conhecer que em 2012 já perderam a vida em acidentes de trabalho 16 operários, números que já ultrapassam o total de 2011. Este responsável não esqueceu o acidente mortal em Sezulfe nas obras da autoestrada transmontana. Albano Ribeiro sublinhou que as consequências trágicas do acidente poderiam ter sido evitadas, se fossem usados os meios disponíveis, deixando no ar o apuramento de responsabilidades a nível judicial.
No que se refere ao túnel do Marão, Albano Ribeiro admitiu que a suspensão dos trabalhos “configura um crime social e laboral”, de consequências “imprevisíveis na sustentabilidade das famílias dos trabalhadores que ficaram sem poder trabalhar”. Em causa estão cerca de 1400 postos de trabalho. Entretanto, o Governo continua a assumir que os trabalhos não avançam porque ainda não há um acordo entre Estado e concessionária da obra (sendo o consórcio construtor o Infratúnel, constituído pelas empresas Somague e MSF).
O corte de financiamento por parte do consórcio bancário que financia a obra também é um dos problemas, bem como o chamado Fundo de Risco. Um instrumento que tem como objetivo compensar a concessionária pela exploração da futura autoestrada, por eventuais perdas de tráfego na nova via do que o inicialmente previsto.