Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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Solene Ordenação Episcopal de D. Manuel Linda, Bispo Auxiliar de Braga

Um Bispo tem de ser hoje especialmente corajoso por causa das resistências ao Evangelho por parte da sociedade que julga não precisar de Deus, resistência assumida oficialmente por muitos Estados, disse D. Joaquim Gonçalves, bispo de Vila Real, na Ordenação de D. Manuel Linda.

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A celebração principiou às dezasseis horas na igreja de Nossa Senhora da Conceição, totalmente cheia de fiéis, entre eles as autoridades do distrito, do concelho de Vila Real e da área diocesana e vizinhos, e o Reitor da Universidade Católica, onde o novo bispo era professor.

Presidiu à celebração como bispo ordenante D. Joaquim Gonçalves, bispo de Vila Real, tendo como coordenantes o Núncio Apostólico, D. Rino Passigato e o Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, de quem o novo bispo será Auxiliar.

Participaram na Ordenação mais de vinte bispos (D. José Augusto de Viana do Castelo, D. António Montes de Bragança-Miranda, D. Jacinto Botelho de Lamego, D. Ilídio de Viseu, D. Manuel Felício da Guarda, D. Albino de Coimbra, D. António Francisco de Aveiro, D. António Marto de Leiria, D. Manuel Pelino de Santarém, D. Gilberto de Setúbal, D. Antonino de Portalegre, D. Januário Bispo das Forças Armadas, D. Manuel António de S. Tomé e Príncipe, D. Amândio Tomás Coadjutor de Vila Real, D. António Couto Auxiliar de Braga, D. Carlos Azevedo e D. Joaquim Mendes Auxiliares de Lisboa, D. João Lavrador Auxiliar do Porto, D. Eurico Nogueira, arcebispo emérito de Braga, D. António Rafael Bispo emérito de Bragança), e concelebraram ainda duas centenas de sacerdotes das dioceses de Vila Real, Braga, Lamego, Porto, Viseu e de outras mais distantes. Vários diáconos exerceram o seu ministério assistindo ao presidente e na proclamação do Evangelho.

Na altura própria leu o «mandato apostólico» (bula do Papa que faz a nomeação do bispo e autoriza a ordenação do bispo fora da cidade de Roma) o Núncio Apostólico.

Na homilia o presidente da celebração chamou a atenção dos presentes para as circunstâncias que tornavam perceptível aquela celebração: o Domingo como matriz da fé cristã; o Ano Sacerdotal dedicado aos sacerdotes com quem o bispo trabalha; as famílias e as paróquias donde vêm os candidatos às Ordens sacras; a presença das autoridades civis que exercem tarefas para o bem comum da sociedade; os bispos que formam um colégio orgânico presidido pelo Papa ali representado pelo seu Núncio Apostólico em Lisboa.

Expôs de seguida o ministério do Bispo em todos os tempos: a integração no colégio episcopal e feito ministro de Cristo, Sacerdote, Mestre da fé para governar uma diocese e ser corresponsável por toda a Igreja, e as especiais dificuldades nos tempos de hoje para exercer o seu ministério. Um Bispo tem de ser hoje especialmente corajoso por causa das resistências ao Evangelho por parte da sociedade que julga não precisar de Deus, resistência assumida oficialmente por muitos Estados, disse o senhor D. Joaquim. Comparou essa atitude a «uma anestesia geral que retira a sede de ouvir a Palavra de Deus, a alegria de rezar, o conforto de se integrar na comunidade cristã». A causa remota desse comportamento é a cultura vigente que «tudo reduz a opiniões, nada aceita como certo e se limita a viver de opiniões sem nunca chegar a certezas de nada, atitude que classificou de vadiagem intelectual. Ultimamente o poder político, campeão do laicismo, vem a fazer-se exegeta do texto evangélico que manda «dar a César o que é de César», dando a si o poder de ocupar toda a estrada da vida e deixando à Igreja o conjunto de ritos para enfeitar». E insistiu «ser necessário que os cristãos aprendam a rezar de olhos abertos e a não ajoelhar diante de César pois isso é idolatria, e César deve aprender a não fazer de Deus porque isso levá-lo-á à destruição da cidade»

Dirigindo-se aos bispos e fiéis a propósito do anel dado ao bispo como símbolo episcopal, lembrou que ele não significa «ser dono da Igreja», pois a Igreja é de Deus, Cristo é o Noivo da Igreja, e o bispo é o «amigo do Noivo», como dizia S. Paulo. Daí que todo o cristão, e por maioria de razão o bispo, devem cultivar uma respeitosa amizade com o Senhor.

O P. António Paulo dirigiu a celebração litúrgica, o P. Lúcio a assembleia a quem dirigiu cinco admonições pontuais, e o coro da paróquia sustentou o canto da assembleia e dos textos oficiais.

No final, o novo bispo lançou a sua primeira bênção aos fiéis percorrendo todo o espaço enquanto se cantava o Te Deum e, no final, dirigiu a primeira saudação à assembleia testemunhando a sua anuência ao convite do Papa feito no final de Junho e antes do Ano Sacerdotal, entendendo esse convite do Papa e aquela data como «um apelo à evangelização e à santidade de vida». Agradeceu a colaboração de todos, disse sentir na Igreja necessidade de um clima de mais esperança e alegria, e respondeu aos que se interrogam sobre a estranheza do apelido «Linda»: «ele deve-se à antiga utilização das árvores como apelidos de muitas famílias, no meu caso uma espécie de «tília».

Antes da celebração, alguns jornalistas perguntaram ao Bispo diocesano o que sentia sobre a saída de D. Manuel Linda da diocese. «Naturalmente, é uma perda, mas a Igreja vive destas partilhas de padres e de bispos. São uma espécie de transplantes de pessoas, algo que o Evangelho designa como perder para ganhar».

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