Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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Paulo Reis Mourão
Paulo Reis Mourão
Economista e Professor Universitário na Universidade do Minho. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Sugestões de leitura para responder a problemas

Primeira Sugestão – “Heresias Económicas” de Joan Robinson, para compreender os “British leakages”

No modelo de despesa agregada conhecido como Hicks-Keynes existe a assunção de leakages não significativos. No fundo, a ideia é a de evitar que o dinheiro saia da nossa sala, do nosso sistema, do nosso país. Se os turistas e imigrantes ingleses não têm incentivo em sair, mais dinheiro fica na velha Albion.

Conclusão: daqui a 3 meses, veremos se a economia inglesa ficou a ganhar com esta tapa no rombo do cano.

Segunda Sugestão – “A Província” de Oliveira Martins, para compreender a toxicidade.

A toxicidade existe. Aqui, nos debates políticos, na troca de bons-dias entre-máscaras no café de manhã. Mas também nas provas académicas públicas, nos congressos científicos ou nas palestras. Pode ser um sinal de que devemos mudar o nosso olhar, o nosso tom de voz, mas também que os outros devem mudar o olhar deles, o tom de voz deles e aquela inveja em surdina, aquela ira mesquinha, aquele gosto que se sente – eles e nós – quando vemos algo do outro, seja um trabalho, seja o sossego, seja o clube dele ou dela – diminuído, destruído, desvalorizado. Acho muito bem que outros sinais – além da suspensão dos debates incendiários sobre questiúnculas desportivas – se sigam!

Terceira Sugestão – ver abaixo, para compreender desequilíbrios de valorização florestal do nosso país

Uma árvore tem sempre a sua história de vida. Que no caso de algumas se confunde com a História da família, da comunidade, das avenidas ou do país. Neste último exemplo, tais exemplares, pela idade, porte ou simbolismo são classificados pelo ICNF como árvores de interesse público. Mas porque será que a tão desmatada Lisboa concentra a maior identificação de interesse público no seu arvoredo? E porque será que as áreas com maior densidade florestal não têm quase sempre uma única árvore oficialmente reconhecida como interesse? Problema de cultura portuguesa, de desenvolvimento económico ou de viés dos técnicos florestais? Eu e o Vítor Martinho auscultamos estas causas deste desequilíbrio injusto no artigo “Choosing the best socioeconomic nutrients for the best trees: a discussion about the distribution of Portuguese Trees of Public Interest”, publicado este mês na Environment, Development and Sustainability.

Boa leitura!

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