Além do já famoso internacionalmente Palácio de Mateus, os operadores económicos turísticos têm dado também primazia à cidade.
No entanto, encaro com alguma surpresa que os responsáveis da indústria do turismo se oponham à aplicação de uma taxa turística. O turismo traz desafios, especialmente em termos de infraestruturas e qualidade de vida para os residentes. E a oposição dos responsáveis pela indústria hoteleira à aplicação de uma taxa turística parece, no meu entender, algo surpreendente, considerando os benefícios potenciais dessa medida para a gestão urbana e a sustentabilidade do turismo.
As razões inerentes à aplicação da taxa turística apresentam-se para mim evidentes. Isto, porque, Independentemente das mais-valias que o aumento de visitantes proporciona, e que se reflete em múltiplas atividades económicas, não deixa por outro lado de estar em evidência um setor da população que necessita de ser mitigada.
Existe, e penso que todos nós concordamos, um impacto direto do turismo na “vida” das cidades. Um exemplo claro traduz-se na limpeza urbana, isto porque, uma parte muito significativa do lixo recolhido e processado é produzida pela população flutuante, criando uma pressão sobre os serviços públicos e desgaste das infraestruturas.
Em muitas cidades, a população flutuante pode gerar um volume significativo de resíduos, e os municípios enfrentam dificuldades para manter a limpeza e a ordem urbana. Este problema é particularmente visível em algumas vilas junto ao rio Douro, onde a acumulação de lixo coloca em evidência a insuficiência dos serviços de recolha.
Assim, compreenderia a preocupação do setor da hotelaria, se de facto os valores cobrados fossem avultados, ou pior, que através da aplicação da taxa turística, a mesma tivesse um impacto no número de turistas que procurassem a região. No entanto, apresento grande reservas sobre isso, até porque, em outros municípios de Portugal no qual já são aplicadas as taxas turísticas, os valores acabam por ser residuais.
Esse mesmo valor residual pode, de facto, contribuir para um investimento maior das autarquias, obviamente adaptando a cada realidade..
A taxa turística pode ser uma ferramenta eficaz para garantir que os benefícios do turismo sejam compartilhados amplamente, enquanto os custos e os impactos geridos de forma a minimizar os inconvenientes para os residentes.
Em resumo, a aplicação de uma taxa turística em Vila Real pode ajudar a financiar melhorias na infraestruturas urbanas e nos serviços públicos, tornando a cidade ainda mais atraente para os visitantes, sem sobrecarregar os residentes. Esta medida pode garantir um desenvolvimento turístico sustentável, beneficiando tanto a economia local quanto a qualidade de vida dos habitantes. Fica a dica.