Completamente eléctrico, com um software muito mais evoluído e custos de funcionamento e manutenção mais reduzidos, o ‘e.Versátil’, desenvolvido pela empresa «Xisto Azul» para a Quinta do Infantado, já está em funcionamento e deverá ser em breve comercializado, por um preço cerca de 40 a 50 por cento inferior aos pisadores mecânicos existentes actualmente no mercado.
A garantia é deixada por Filipe Correia, da empresa «Xisto Azul», que, em pareceria com outras três empresas e graças à aposta da Quinta do Infantado no projecto, desenvolveu o novo robot pisador de uvas.
Segundo o mesmo responsável, a principal novidade do ‘e.Versátil’ é o seu “software evoluído”, que permite adaptar a pisa automática de acordo com as necessidades, aumentando ou diminuindo a velocidade e intensidade da pisa e aproximando-se assim muito mais da pisa a pé. “Conseguimos estreitar a comparação com a pisa a pé, ou seja, ele pisa conforme quisermos, como se fosse um ser humano a andar dentro do lagar”, explicou o mesmo responsável, referindo-se aos seis pés que, alternadamente, esmagam de forma controlada e segundo pressões variáveis, as várias toneladas de uvas da Quinta do Infantado, substituindo assim o trabalho de dezenas de pessoas.
Além de se aproximar mais da pisa tradicional, o novo robot diferencia-se no mercado dos equipamentos de pisa mecanizados ao garantir custos de funcionamento e manutenção mais reduzidos. Além de exigir um investimento anual de apenas 30 a 40 euros por ano, contra os milhares necessários para garantir o funcionamento de outros equipamentos por cada época de vindimas, o “e.Versátil” permite reduzir drasticamente o consumo eléctrico. “Este robot gasta tanto quanto um aspirador doméstico”, explicou Filipe Correia, referindo ainda que também o valor de comercialização do robot será cerca de 40 a 50 por cento inferior aos existentes no mercado, ou seja, pouco mais de 20 mil euros.
“Nunca pára, nunca pisa fora do sítio, pode ser controlado a partir de uma mensagem SMS e até se lava sozinho”, explicou o empresário, lembrando ainda que com o ‘e.Versátil’ não é preciso pagar à Segurança Social…
João Roseira, proprietário da Quinta do Infantado, explicou que aceitou o desafio da «Xisto Azul» porque sentiu a necessidade de evoluir mas sem alterar a qualidade dos seus vinhos. “Não é uma novidade pisar uvas com um robot, mas penso que o ‘e.Versátil’ é muito diferente do que já existia, e para nós é o que faz sentido”, explicou.
Segundo o vitivinicultor duriense, o objectivo era “fazer o tradicional de uma forma moderna e com menos custos”.
Com o novo robot a laborar desde o dia 11 de Setembro, João Roseira mostra-se até a agora “muito satisfeito” com os resultados conseguidos nos vários lagares e sublinha que, para além de manter a qualidade dos vinhos, com o novo equipamento será possível poupar um investimento anual entre os sete mil a dez mil euros, proveniente dos salários das equipas de pisar as uvas. Mais, o mesmo responsável acredita que, “entre a amortização do valor da máquina e o seu custo de funcionamento, será possível recuperar o investimento “em cerca de três ou quatro anos”.
Relativamente ao futuro da ‘e.Versátil’, Filipe Correia explicou, ao Nosso Jornal, que a máquina, agora apenas em funcionamento da Quinta do Infantado, é ainda uma “experiência”. No entanto, já estão outras máquinas em construção e, depois de alguns ajustes no software e no tamanho das pás, o robot será comercializado a tempo da época de vindimas de 2011, sendo que seis clientes já mostraram interesse em adquiri-lo.