Domingo, 1 de Dezembro de 2024
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Telas de S. António do Seminário de Vila Real recuperadas

«É muito significativo que a recuperação destas telas antigas existentes no Seminário haja sido feita no decorrer de uma grave crise económica», disse o Bispo de Vila Real no acto de abertura da mesma.

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O acto decorreu na tarde de sábado, dia 27, no átrio do Seminário com a presença dos mecenas Dr. J. L. Guinoiseau e Drª Margarida Cepeda, da artista recuperadora Isabel Santos, da Câmara Municipal, da Directora da Cultura do Norte, do Bispo Coadjutor e de muitas pessoas da cidade, amigos do Seminário e interessados pela arte e cultura.

Abriu o acto o Reitor do Seminário e Vigário Episcopal da Cultura, Dr. Manuel Linda e a Drª Margarida Cepeda que informou haver tomado conhecimento do projecto e o pedido do mecenato durante um passeio às Astúrias, e que aquela ajuda prolonga uma devoção da sua família a S. António que vem da sua mãe e avó.

O senhor D. Joaquim, bispo da diocese, testemunhou a sua alegria por aquele acto decorrer naquela dia. «Sem ser um acto programado, naquele dia havia sido divulgada a eleição do Dr. Linda para Bispo Auxiliar de Braga, no dia seguinte passaria o aniversário da sua vinda para Vila Real, e a recuperação daquelas telas foi iniciada há anos pelo esforço do Reitor do Seminário e do P. João Parente, presidente da Comissão diocesana de Arte Sacra». Agradeceu a ajuda do casal Guinoiseau para a recuperação das telas e edição de um catálogo artístico, e disse que o acto era merecedor de ponderação: «atravessamos uma grave crise económica e poderia afigurar–se obrigatório que todas as disponibilidades financeiras devem ser canalizadas para responder a essa situação financeira. Ainda bem que não pensaram assim nem os responsáveis nem os mecenas».

E continuou: «os tempos de guerra e de convulsões sociais foram sempre tempos de decadência cultural e artística para se responder às necessidades primárias. Mas a crise actual não atingiu esse nível e, além disso, o trabalho artístico pode ser também um modo de responder a essa crise dando trabalho a artistas e comerciantes do sector. Nem só de estômago é a crise actual, mas também de valores. E será muito pobre um pobre que só tem fome de pão, e será uma riqueza pobre aquela que é gasta somente para dar pão».

Deu algumas informações sobre a história daquelas tábuas vindas da antiga capela de Santo António que existia junto da igreja do Calvário, e que foi demolida pela Câmara do tempo para se abrir a actual rua de Santo António. A recuperação das telas, que ocupavam alguns corredores do Seminário e se vinham a degradar há anos por falta de ajuda, é também um preciso contributo para a memória da cidade e do património artístico».

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