Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
No menu items!

Trabalhadores em lay-off, mas fusão parece ter ‘luz ao fundo do túnel’

No dia em que a rotura financeira da Adega de Alijó iniciou o processo de lay-off dos seus trabalhadores, uma luz ao fundo do túnel pareceu surgir com a garantia de que, amanhã, será apresentado um novo estudo sobre a fusão entre aquela cooperativa, a de Pegarinhos e a de Favaios. O novo modelo institucional poderá permitir o acesso a recursos financeiros capazes de amenizar as dívidas das adegas.

-PUB-

Desde segunda-feira que oito trabalhadores da Adega Cooperativa de Alijó entraram em ‘lay-off’. No entanto, no mesmo dia, Alexandre Chaves, Governador Civil de Vila Real, garantiu que as três adegas daquele concelho estão “abertas à solução da fusão”.

“Fiquei surpreendido”, explicou o Governador Civil referindo-se à disponibilidade apresentada pelas direcções das três adegas cooperativas para uma possível fusão, um cenário que dará o próximo passo, já amanhã com a apresentação de um estudo encomendado pela autarquia de Alijó e pelas próprias cooperativas.

Entretanto, os oito funcionários que viram os seus contratos de trabalho suspensos, encontrando-se assim na chamada situação de ‘lay-off’, receberão o subsídio de desemprego durante os próximos meses, prevendo-se a possibilidade do seu regresso na altura das vindimas.

Relativamente à tão discutida fusão entre Alijó, Pegarinhos e Favaios, Alexandre Chaves referiu que todas “contam com problemas sérios de sustentabilidade financeira” e mesmo a de Favaios, a que se encontrava melhor posicionada ao nível da sua sustentabilidade económica, mostrou-se receptiva à fusão porque entendeu que, “com a competitividade que se vive na colocação dos vinhos no mercado”, no futuro próximo também a sua situação pode vir a agravar-se devido às dificuldades de escoamento de stock.

O estudo, que será apresentado amanhã à autarquia e às adegas, deverá ser alvo de análise pelas quatros instituições para que depois seja agendado um encontro entre estas e o Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, avançou o Governador Civil.

Artur Cascarejo, presidente da Câmara Municipal de Alijó, recordou que “há alguns anos que a autarquia” tem desenvolvido esforços para encontrar a solução para o sector vinícola do concelho, tendo sido mesmo apresentado, anteriormente, um estudo sobre a viabilidade de uma fusão que não reuniu o consenso dos associados das co-operativas e levantou algumas dúvidas à adega de Favaios. “Essas dúvidas estão ultrapassadas e há um acordo que vai no sentido da fusão”, garantiu o edil.

Artur Cascarejo frisou que “o problema não é da adega A ou da adega B, mas sim do sector cooperativo, que tem que mudar de paradigma social e económico, tem que se profissionalizar, tem que ganhar escala”.

O presidente alijoense advertiu ainda que “sem resolver o problema das dívidas das adegas não se poderá encontrar uma boa solução” para o sector. “Através deste modelo institucional, e face às linhas de financiamento que o Governo pôs à disposição para este tipo de fusões e tendo em conta o PRODER e as verbas disponíveis no quadro comunitário, é possível negociar o problema da dívida, transformando–a numa dívida de curto para médio e longo prazo e garantindo assim a sua viabilidade económica”.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS