Desde segunda-feira que oito trabalhadores da Adega Cooperativa de Alijó entraram em ‘lay-off’. No entanto, no mesmo dia, Alexandre Chaves, Governador Civil de Vila Real, garantiu que as três adegas daquele concelho estão “abertas à solução da fusão”.
“Fiquei surpreendido”, explicou o Governador Civil referindo-se à disponibilidade apresentada pelas direcções das três adegas cooperativas para uma possível fusão, um cenário que dará o próximo passo, já amanhã com a apresentação de um estudo encomendado pela autarquia de Alijó e pelas próprias cooperativas.
Entretanto, os oito funcionários que viram os seus contratos de trabalho suspensos, encontrando-se assim na chamada situação de ‘lay-off’, receberão o subsídio de desemprego durante os próximos meses, prevendo-se a possibilidade do seu regresso na altura das vindimas.
Relativamente à tão discutida fusão entre Alijó, Pegarinhos e Favaios, Alexandre Chaves referiu que todas “contam com problemas sérios de sustentabilidade financeira” e mesmo a de Favaios, a que se encontrava melhor posicionada ao nível da sua sustentabilidade económica, mostrou-se receptiva à fusão porque entendeu que, “com a competitividade que se vive na colocação dos vinhos no mercado”, no futuro próximo também a sua situação pode vir a agravar-se devido às dificuldades de escoamento de stock.
O estudo, que será apresentado amanhã à autarquia e às adegas, deverá ser alvo de análise pelas quatros instituições para que depois seja agendado um encontro entre estas e o Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, avançou o Governador Civil.
Artur Cascarejo, presidente da Câmara Municipal de Alijó, recordou que “há alguns anos que a autarquia” tem desenvolvido esforços para encontrar a solução para o sector vinícola do concelho, tendo sido mesmo apresentado, anteriormente, um estudo sobre a viabilidade de uma fusão que não reuniu o consenso dos associados das co-operativas e levantou algumas dúvidas à adega de Favaios. “Essas dúvidas estão ultrapassadas e há um acordo que vai no sentido da fusão”, garantiu o edil.
Artur Cascarejo frisou que “o problema não é da adega A ou da adega B, mas sim do sector cooperativo, que tem que mudar de paradigma social e económico, tem que se profissionalizar, tem que ganhar escala”.
O presidente alijoense advertiu ainda que “sem resolver o problema das dívidas das adegas não se poderá encontrar uma boa solução” para o sector. “Através deste modelo institucional, e face às linhas de financiamento que o Governo pôs à disposição para este tipo de fusões e tendo em conta o PRODER e as verbas disponíveis no quadro comunitário, é possível negociar o problema da dívida, transformando–a numa dívida de curto para médio e longo prazo e garantindo assim a sua viabilidade económica”.