Na versão de Atilano Costa, 77 anos, um dos desalojados, tudo terá começado por volta das 3h30. “Estava a dormir e acordei com os estalidos da madeira e com muito fumo. Já não havia luz e a minha única preocupação foi tirar a minha mulher da cama e vir com ela para a rua, já que a casa estava praticamente toda em chamas.
O povo reuniu-se e ainda tentou combater o fogo, mas as chamas rapidamente se estenderam a mais duas casas contíguas, onde as labaredas em minutos destruíram tudo, ficando apenas as paredes. Mais tarde, o incêndio foi debelado pelos Bombeiros de Vila Pouca de Aguiar que tiveram sempre a preocupação de evitar que as chamas atingissem outras habitações próximas. No fim, o rescaldo, desolador, contou bastantes prejuízos.
Atilano Costa estava visivelmente transtornado com os prejuízos que teve. “Ainda safei os meus documentos, mas ficamos sem nada e sem o dinheiro. Agora, nem sei qual será o meu futuro e o da minha mulher”, desabafa.
Ao que conseguimos apurar este casal tinha dentro de casa uma avultada quantia em dinheiro, fruto das poupanças de uma vida, que acabou por ser também devorada pelas chamas. “Estava a juntar algum dinheiro para comprar as prendas de Natal para os meus netos e ficamos sem nada. Também não tinha qualquer seguro da habitação”, exclamou.
Outra habitação afectada pelas chamas foi a da sogra (já falecida) de Manuel Caseiro, de 64 anos. “Por volta das 5h00 chamaram-me, mas quando aqui cheguei já estava tudo a arder. Não morava ninguém na casa, mas tinha muitos bens, como a máquina de costura, mobílias, electrodomésticos e até um carro de bois que estava no rés–do-chão”.
O casal, desalojado, ficou provisoriamente na casa de um amigo, mas a habitação não possui água, nem luz. Elementos da Protecção Civil de Vila Pouca de Aguiar estiveram no local a fazer a avaliação dos estragos, enquanto o município aguiarense “já está a procurar a melhor forma de ajudar os dois septuagenários”.
A GNR de Vila de Pouca de Aguiar tomou conta da ocorrência.