“Era uma verba razoável num ano normal e se tivéssemos em velocidade cruzeiro, conforme estávamos até 2019. Tento em conta que o setor bateu no fundo, e que há agora uma necessidade muito grande de promoção externa e que vamos entrar numa competição bastante feroz com outros destinos nossos concorrentes, nomeadamente Espanha, França, Itália”, disse à Lusa Luis Pedro Martins.
“Quero acreditar, que a bazuca irá privilegiar também este setor do turismo, nomeadamente fortalecendo, fortemente, as verbas para a promoção, não só das Entidades Regionais para que possam entrar com outras armas neste combate (…), mas também do Turismo de Portugal, para que possa alavancar ainda mais o bom trabalho que vem vindo a fazer”, acrescentou.
Em entrevista telefónica à agência Lusa, no âmbito da aprovação, esta sexta-feira, do Orçamento e Plano de Atividades da TPNP para 2021 por maioria, com duas abstenções, Luís Pedro Martins explicou que dos três milhões de euros inscritos no OE2021 apenas a verba de “um milhão de euros” é destinada à promoção turística, porque a restante verba – dois milhões de euros – é para pagar recursos humanos, instalações, entre outras despesas.
No Orçamento e Plano de Atividades para 2021 da TPNP foi também aprovado cerca de quatro milhões de euros referentes a candidaturas a decorrer de fundos europeus.
“As verbas que temos disponíveis vêm do Orçamento de Estado (OE), cerca de três milhões de euros, e depois temos candidaturas a decorrer de fundos europeus que perfazem uma verba de quase quatro milhões de euros. Ou seja este valor dos quatro milhões, mais um milhão que sobra do Orçamento do Estado, uma vez que o retro vai para estrutura, recursos humanos, instalações (…), faz com que tenhamos uma verba de cerca de cinco milhões no total”, explicou o presidente da TPNP.
O Plano de Atividades, aprovado por 98% dos votos expressos, é o primeiro elaborado em “total alinhamento estratégico com a Associação de Turismo do Porto e Norte”, referiu ainda Luís Pedro Martins.
“Temos agora condições para reerguer o turismo, a uma só voz, através de uma aposta muito clara no planeamento, na gestão e no marketing do destino, que favoreçam a revitalização da região”, acrescentou o presidente da TPNP, reiterando a convicção de acreditar que o “turismo vai ter um reforço das suas verbas para promoção” através da bazuca europeia.
Os 27 chefes de Estado e o governo da União Europeia conseguiram chegar este mês a um acordo para adotar o pacote global de 1,8 biliões de euros para o relançamento e a transformação da economia europeia, após a crise provocada pela pandemia, uma verba designada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de bazuca europeia.
Portugal atingiu hoje 6.063 mortes relacionadas com a covid-19, depois de registar nas últimas 24 horas 86 óbitos e 3.835 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).