Todas estas imagens de força diluíam os discursos de circunstância e as (não muitas) presenças do meio literário, artístico e político. Na hora última da cremação, que é quando mais pesa o silêncio do triste barro que somos, a multidão cerrou fileiras e punhos, gritou slogans que todos conhecemos desde 1974. Jerónimo Sousa, embora desgostoso, não escondeu o contentamento pelo que os seus olhos viam e os seus ouvidos ouviam. Com razão, porque foi uma bonita e estupenda manifestação comunista. Tudo ali esteve certo.
O que não esteve certo foi o exagero de uma comunicação social que anda na mais completa deriva ética e profissional. Repetiu até à náusea que Saramago tinha sido um combatente pela
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