Não pude deixar de analisar as declarações proferidas na qualidade de testemunha do presidente Rui Santos. Para que não restem dúvidas, as frases entre “aspas” estão todas gravadas, e a voz é do sr. presidente.
A advogada questionou se Rui Santos terá dito na conferência de imprensa que deu, em 25/5/18, «dia do ato eleitoral do Sport Clube de Vila Real (SCVR)», se, «caso não se realizassem eleições nesse dia, o município suspenderia todos os apoios municipais?» Rui Santos, de forma perentória, respondeu, “Não”, continuando, “aquilo que eu disse é que nós teríamos que estar dentro da lei, que tínhamos um acordo com o SCVR e com a sua direção que o espaço estava entregue ao SCVR e que teríamos obviamente que analisar a legalidade da atribuição desses subsídios”. Ora, na dita conferência dada em 25/5 Rui Santos afirmou: “A autarquia suspenderá todos os apoios ao SCVR até que este processo eleitoral esteja clarificado”. Rui Santos mentiu? A resposta é óbvia.
Sobre a “tomada de posse”, o presidente referiu que não esteve presente e interrogado se soube onde decorreu o ato, respondeu: “julgo que no edifício do ex-Governo Civil de Vila Real”. Questionado sobre «quem deu a posse aos órgãos» afirmou: “não estive presente, não sei”. Isto significa que, desde a «tomada de posse» (16/6/18) até janeiro de 2020 , Rui Santos nunca falou sobre o ocorrido com o seu amigo e vereador Nuno Augusto, que foi quem deu «posse», e sendo um autêntico expert na utilização das várias redes sociais, nunca se apercebeu de nada. Alguém acredita nisto?
Quem assume a missão de serviço público, tem a função de servir e não de se servir, tem o dever de falar verdade, de cumprir a lei, de gerir bem os dinheiros públicos e de não mentir.
Relembro aos vila-realenses que temos um presidente que não cumpre a lei (obra da avenida), escreveu aos munícipes dizendo que não aumentava a fatura da água em 2020 e não cumpriu.
Em relação ao pagamento da indemnização pela autarquia à quinta do Trem autointitulou-se líder de um executivo PS “com prática de boa gestão camarária”, contudo esqueceu-se de dizer, que não vai gastar um cêntimo do orçamento da autarquia, e ainda vai ser reembolsado em mais de 430 000€.
O que será “um bom ato de gestão”? Gastar cerca de 2 milhões de euros no negócio da loja do cidadão e o edifício ser propriedade do município, ou gastar quase 5 milhões e o mesmo pertencer ao proprietário? Se o dinheiro fosse deles, o negócio seria feito desta forma? Os munícipes que analisem.
Atribuiu, em 9/3/20, um subsídio de 200 000€ aos amigos da associação promotora do circuito de Vila Real para realizar corridas em 2020 (?), mais uma habilidade pandémica.
Constata-se que Rui Santos, sob juramento, cometeu perjúrio em tribunal e concluo citando Obama: “A democracia não pode existir com um líder que mente”.