Depois de “ações vitoriosas” no Parlamento português, com muitas aprovações de diplomas abordando assuntos ditos fraturantes, os partidos da esquerda dita mais moderna começam a ter reprovadas algumas das suas propostas mais recentes: afinal, a canábis não pode ser recreativa, ao contrário do que o BE pretendia; a exportação de animais vivos vai continuar a fazer-se, ao contrário do que o PAN queria; os microplásticos não foram banidos, como PAN, BE e PEV desejavam. E o aeroporto do Montijo, afinal, já não é “Jamais”. Já vai em frente. No meio disto tudo, alguns deputados do PS mais esquerdistas do seu partido (que apoiaram estas reivindicações) também foram derrotados. É que até 2019, a paisagem social urbana era de capital importância para a sobrevivência da “Geringonça”. Mas em 2019 também vai ser importante a paisagem social rural que se pronunciará pelo voto. Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Os partidos mais tradicionais (a outra ala do PS, o PCP, o PSD e o CDS) sabem-no muito bem. E já não consentem a rédea solta aos partidos da esquerda mais radical.
2 – As pessoas sabem que quando o preço de um produto sobe nunca mais descerá depois a um patamar inferior quando as causas que motivaram o acréscimo terminam. Todos têm assistido às rábulas dos preços dos combustíveis para chegarem a essa conclusão. O crude aumenta de preço? Sobe-se o preço da gasolina e do gasóleo. O crude tem baixa de preço? Mantém-se em alta o preço da gasolina e do gasóleo porque isso dá lucro aos cofres do Estado e os cidadãos contribuintes já se habituaram.
Por isso, aparece como atitude ardilosa a proposta de que a água seja mais cara em tempos de seca. Passando a seca, o mais provável é que o preço se mantenha em cheia. Demais, este erro infantil da economia não atenta a que, subindo o preço da água em tempo de seca, os que não têm tanto dinheiro terão de a poupar. Mas os outros, os que têm dinheiro, poderão até desperdiçá-la. Desde que a paguem!… (linguagem simples da economia mais reles).