Domingo, 1 de Dezembro de 2024
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Uma esquerda estúpida

Ilda Figueiredo, cabeça de lista do PCP às eleições europeias, defende a luta do seu partido no sentido de eleger o terceiro deputado para o Parlamento Europeu. Nada mais natural e legítimo. Porém, questionada, reiteradamente, pelos jornalistas sobre um dos possíveis cenários pós eleitorais, ou seja, a eventual não eleição do terceiro deputado, a deputada responde, lacónica, que não quer sequer ouvir falar da hipótese de a coligação obter um resultado inferior aos três eurodeputados e que “quem vai decidir é o povo português”.

Adiante, confrontada pelo que disse há quatro ou cinco anos, quando afirmou que este seria o seu último mandato, Ilda Figueiredo respondeu que o importante são as eleições de 7 de Junho e que não se lembra de ter dito tal coisa (um disparate, presume-se nas suas palavras), mas que “a vida é assim, é uma dinâmica”. Uma dinâmica! Curioso o uso deste vocábulo num partido como o PCP, que é, indubitavelmente, o partido mais preso a concepções passadistas. Na verdade, Ilda Figueiredo não podia ser menos dinâmica (no sentido psicologista do termo) com esta sua asserção, a qual denota uma concepção ideológico-discursiva ultrapassada.

O segundo exemplo que quero abordar diz respeito à extraordinária ideia de

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