Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
No menu items!

Unidade na tragédia

No momento em que escrevo esta crónica, o Canadá conta com vários mortos e feridos, bem como 1415 desaparecidos no Haiti. Tão depressa chegou a notícia do terramoto, o governo e o país inteiro levantaram-se como uma só pessoa na ajuda àquele povo tão infeliz. Tudo foi feito com a maior rapidez. Os homens e mulheres enviados, veteranos da Bósnia e do Afeganistão, treinados em calamidades naturais como foi o furacão Katrina, em New Orleans, têm estado no Haiti como formigas anónimas, diligentes, esforçadas. De facto, este povo não tem a vocação do palco e das gambiarras, é sempre bombeiro voluntário, modesto, risonho, sem esperar agradecimentos. As televisões e rádios têm estado sempre a passar os nomes e contactos das organizações, religiosas e laicas, para onde podem ser encaminhados os donativos. A Cruz Vermelha chegou a sábado com 23 milhões de dólares recebidos.

A comunidade haitiana no Canadá é relevante, sobretudo em Montréal, na província francófona do Quebeque, o que se compreende por terem a língua em comum. Mas há haitianos no Ontário e outras províncias. E a governadora geral do Canadá, que representa a chefe do estado, a Rainha Isabel II de Inglaterra, é uma senhora do Haiti. Jovem, jornalista brilhante, culta, casada com um realizador de cinema francês, mãe de uma garotinha, Michaelle Jean é uma senhora de grande simpatia e aprumo que tem feito um magnífico trabalho. Goza de generalizado respeito e apreço. Mas, dois dias depois da tragédia, apareceu na televisão a agradecer a ajuda preciosa que o Canadá está a dar e, sem

Artigo exclusivo PREMIUM

Tenha acesso ilimitado a todos os conteúdos do site e à edição semanal em formato digital.

Se já é PREMIUM,
Aceda à sua conta em

OUTROS ARTIGOS do mesmo autor

NOTÍCIAS QUE PODEM SER DO SEU INTERESSE

ARTIGOS DE OPINIÃO + LIDOS

Notícias Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS