Domingo, 1 de Dezembro de 2024
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“Vamos pôr de lado a ideia de que para cá do Marão mandam os que cá estão”

No dia seguinte ao recomeço dos trabalhos da construção do Túnel do Marão, José Sócrates visitou a obra “da justiça” sublinhando que “pela primeira vez se vai ligar os de cá do Marão com os de lá”. Apesar do processo judicial que fez parar durante cerca de seis meses as obras, o secretário de Estado das Obras Públicas deixa a garantia que a construção do Túnel é para continuar.

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Para “partilhar a alegria de ver o recomeço de uma obra tão importante”, o primeiro-ministro José Sócrates visitou, ao final da manhã de ontem, o Túnel do Marão, cujos trabalhos recomeçaram, no dia quatro, depois de seis meses de interrupção devido à providência cautelar interposta pela empresa Água do Marão.

“Sei o quão importante esta obra é para as 80 empresas que cá trabalham e para os 1400 trabalhadores que dão o seu melhor, em particular para os 400 que agora recomeçam o seu trabalho”, frisou o primeiro-ministro.

Apesar de não contabilizar financeiramente a suspensão, Francisco Silva, da concessionária responsável pela construção daquele troço da Auto-estrada quatro, explicou que a paragem de seis meses teve um impacto nefasto para a região, para o país e, sobretudo, para as empresas que trabalham na obra, um impacto directo sobre mais de 400 postos de trabalho.

O mesmo responsável enalteceu as empresas envolvidas na obra que, com tenacidade, e consciência do seu dever social, mantiveram mais de 900 postos de trabalho. “Resta-nos esperar que o processo judicial se conclua no menor espaço de tempo possível”, frisou.

Paulo Campos sublinhou que o que se verificou nas obras do Túnel do Marão foi uma anormalidade, “nunca tinha acontecido antes”. “Os processos são feitos com todos os cuidados, depois de procedimentos legais necessários, com avaliação de impacto ambiental, com consultas públicas e com a auscultação de diferentes interessados”. O importante é que “a normalidade regressou e temos novamente as pessoas na frente de obra”, sublinhou.

Paradas desde o dia 10 de Novembro do ano passado, a ordem de suspensão das obras, no interior do túnel, foi decretada pelo Tribunal Administrativo de Penafiel na sequência de um providência cautelar interposta pelo proprietário da empresa Água do Marão, que alega que a construção prejudica as nascentes, situadas a cerca de 600 metros do local por onde se perfurará.

Segundo declarações de António Pereira, proprietário da Água do Marão, as obras poderão tornar inoperacional a fábrica, o que colocará em causa a viabilidade da empresa, provocando milhões de euros de prejuízo.

“Esta obra não é uma despesa é um investimento”, defendeu António Mendonça, referindo-se ao Túnel do Marão, não só um contributo para “um país mais dinâmico, justo e próspero”, mas também como “um legado para as gerações futuras”.

Com um investimento previsto de construção de 350 milhões de euros, o troço do Túnel do Marão tem 30 quilómetros de extensão, sendo que o túnel propriamente dito, o maior de península Ibérica, somará 5,6 quilómetros.

O troço, que ligará os concelhos de Amarante e Vila Real, beneficiando directamente cerca de 120 mil habitantes, será depois complementado com a construção da chamada Auto-estrada Transmontana, que, com 186 quilómetros de via, ligará a capital vila-realense a Bragança num investimento de 500 milhões de euros e constituindo assim a totalidade da A4.

No pico dos trabalhos, o Túnel do Marão vai avançar um total de 20 metros diários, mobilizando cerca de 40 camiões para o transporte do material, sendo de referir que para sua perfuração está a ser utilizado o “método austríaco”, ou seja, um ciclo repetitivo de “rebentamento, retirada de escombros e colocação de betão projectado e pregagens”, estando prevista a movimentação total de seis milhões de metros cúbicos de terras.

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