A braços com diversas lesões, o técnico Carlos Manuel teve que mexer de novo no onze, onde se destaca a inclusão do jovem Mica a fazer dupla com o experiente Nuno Fredy, no centro da defesa. Moura regressou ao seu lugar de avançado, conjuntamente com André Azevedo, sendo apoiados por Shuster e André Lisboa na organização ofensiva do seu jogo.
A primeira jogada de perigo surge aos 5’, mas o guarda-redes Veríssimo consegue desviar a bola, quando Moura se preparava para alvejar o alvo. Poucos minutos volvidos, foi a vez de André Lisboa tentar a sua sorte, mas Veríssimo estava no caminho certo e defendeu com segurança. Seguiu-se uma toada de jogo com muita luta a meio-campo e o Vidago equilibrou as operações, mas nem por isso conseguiu criar verdadeiras situações de perigo para a baliza de Pedro. Perto da meia hora de jogo, surge uma contrariedade para os homens da casa, com a lesão de Nuno Fredy, entrando para o seu lugar António, que foi jogar para o flanco esquerdo e Lisboa teve que recuar para defesa central. Curiosamente foi a partir daqui que Shuster pegou no jogo da sua equipa e a empurrou para uma boa exibição. Aos 42’, a bola é colocada nas costas da defensiva forasteira, André Azevedo, mais rápido, aparece na cara do guarda-redes e não tem dificuldade em colocar a bola no fundo da baliza. Estava feito o primeiro golo da tarde e o segundo esteve muito perto de acontecer já sobre o intervalo, quando Moura fica isolado, mas Veríssimo sai da baliza e defende o remate com os pés. A vantagem mínima no final da primeira parte premiava a equipa que foi mais eficaz.
Na segunda parte, o Vidago veio com intenção de anular a desvantagem, mas fez pouco para isso acontecer, pois só teve uma oportunidade, aos 50’. Na sequência de um pontapé de canto, André Oliveira aparece solto no coração da área, mas o remate saiu à figura de Pedro. Muito pouco para um candidato assumido. Aos 61’, num pontapé livre, Lisboa atira ao poste. Mas, o aviso estava dado, já que aos 75’, vai surgir o segundo golo da tarde. Numa excelente jogada de entendimento do ataque caseiro, com Shuster, Luís Alves, Moura e António nas combinações perfeitas, é Moura que serve, na área, António, que só teve que encostar o pé a colocar a bola na baliza à guarda de Veríssimo, que nada pôde fazer. A vencer com uma margem confortável e com Shuster a pautar todo o jogo ofensivo da equipa vila-realense tudo se tornou mais simples e fácil para os homens da casa. Aos 85’, o árbitro decidiu ser protagonista e depois de uma grande penalidade que deixou passar em claro, mostrou o cartão amarelo, por simulação, ao jovem António. Quando este se levantava, o guarda-redes veio “tentar ajudar” António a levantar-se, mas este com o braço afastou-o, e o guarda- -redes Veríssimo, numa autêntica cena de teatro, atirou-se para o chão, com a mão na cara, por uma suposta agressão do jovem alvi-negro. O árbitro decidiu mostrar a ambos o cartão amarelo, sendo o segundo, no mesmo minuto, para António e consequente vermelho. Já antes, o Vidago também tinha ficado reduzido a dez elementos por expulsão de Bouças por acumulação de amarelos.
Num jogo que se antevia muito difícil, a vitória acabou ser justa e merecida para os vila-realenses que aliaram uma boa exibição a um bom resultado. O Vidago mostrou alguns pormenores, mas foi incapaz de criar oportunidades claras de golo, sendo que na segunda parte pouco fez para sair com um resultado positivo do Monte da Forca.
Carlos Manuel, treinador do Vila Real
“É uma vitória dos jogadores”
O técnico alvi-negro ficou satisfeito com a vitória e com a prestação dos seus atletas que mostraram argumentos para lutar sempre pelos três pontos.
“Fizemos um bom jogo perante um adversário difícil, que jogou com muita pressão sobre nós. Mas, eu sabia que o jogo nos ia correr bem, devido à nossa determinação e à nossa qualidade. Apesar das muitas baixas do plantel, hoje, os que jogaram mostraram muito empenho, capacidade e esta vitória é deles, por tudo aquilo que fizeram. Vínhamos de dois resultados negativos e constantemente os jogadores eram questionados sobre essas prestações, por isso foi importante fazer esta exibição e alcançar esta vitória para dar outro alento à equipa, que tem talento. Durante esta semana, vamos recarregar baterias e preparar o jogo com o Mondinense de forma a ir até Mondim de Basto conquistar os três pontos”.
Júlio Baptista, treinador do Vidago
“A diferença esteve na eficácia das duas equipas”
No final do encontro, o técnico Júlio Baptista mostrou-se conformado com o resultado, mas sublinhou que a sua equipa continua a ser candidata aos primeiros lugares.
“Em primeiro lugar, quero dar os parabéns à equipa do Vila Real porque ganhou. A diferença esteve na eficácia das duas equipas, onde nós não fomos em nada inferiores, bem pelo contrário, pois tivemos sempre o jogo controlado, mas duas desatenções nossas foram bem aproveitadas pelo Vila Real, que acabaram por fazer este resultado. A minha equipa bateu–se bem, teve as suas oportunidades, mas em dois erros defensivos, acabou por entregar o “ouro ao bandido”, depois houve a expulsão e tudo se complicou”.
O técnico promete muito trabalho para levar a sua equipa ao topo. “Vamos trabalhar e jogar o melhor possível para chegar aos primeiros lugares, apesar de haver várias equipas com esses mesmos objectivos”.
FICHA TÉCNICA
Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca.
Árbitro: Arnaldo Araújo
Auxiliares: José Teixeira e Sérgio Correia
VILA REAL – Pedro, Bessa, Mica, Nuno Fredy (António, 30’), André Teixeira (Luís Alves, 61’), Norberto, Shuster, Moura (Luís Carlos, 80’), Francis, André Azevedo, André Lisboa.
Suplentes não utilizados: Ivo, Conceição, Henrique e Felícia.
Treinador: Carlos Manuel
VIDAGO – Paulo Veríssimo, Rendeiro (Castelo, 61’), Guillaume (Nino, 66’), Pedro Adão, Nacho, Bouças, Hélio, Márcio (Mico, 80’), Daniel, André Oliveira, Castanha.
Suplentes não utilizados: Geadas, Filipe, Tábuas e Eduardo.
Treinador: Júlio Baptista
Ao intervalo: 1 – 0
Cartões Amarelos: André Teixeira (3’), Rendeiro (5’), Pedro Adão (34’), Bessa (40’), André Lisboa (41’), Bouças (55’ e 80’), Moura (65’), Hélio (78’), António (85’ e 85’), Paulo Veríssimo (85’), Pedro (94’).
Cartões Vermelhos: Bouças (80’, ac.) e António (85’, ac.).
Marcadores: André Azevedo (42’) e António (75’).