“Uma coisa estranha” ou “um fenómeno”. Assim definem alguns agricultores de Sabroso a causa do aparecimento de estragos, nas suas vinhas. As noites de alguns têm sido mal dormidas e tudo por causa deste “fenómeno” que anda a dilacerar e a arrancar videiras, em algumas propriedades agrícolas.
Os prejuízos já são elevados e ainda ninguém encontra explicação para este estranho caso que está a provocar preocupação e temor, junto da população. A própria GNR de Vila Real já circunscreveu a área e técnicos da Direcção Geral das Florestas estão no terreno, a investigar.
“Quando cheguei à vinha, as lágrimas vieram aos meus olhos. Videiras arrancadas e cortadas, buracos abertos na terra. Trabalho de quase um ano assim perdido” contou, Aurora Espinho, uma viticultora que acrescentou: “Agora, até tenho medo de ir ao terreno, sei lá o que é que lá anda a fazer tantos estragos!” – acrescentou.
Os primeiros rastos de destruição foram encontrados “há cerca de três semanas” e a zona mais afectada foi a das vinhas da Fonteita, zona que tem por perto um pequeno bosque arborizado e onde poderá estar a explicação do “fenómeno”.
Na aldeia, as conjunturas são muitas. E até já se fazem apostas, para adivinhar que animal é.
“Eu não acredito que seja um javali, parece mais um urso, até a marca de unhas deixou na terra” – disse Aurora Espinho.
Manuel Silva garante que “pode ser um texugo ou um cão danado e raivoso” e mesmo alguém já defende que “deve ser obra de algum crocodilo!”. O certo é que o local tem sido alvo de romaria e muitos mirones rumam ao lugar de Fonteita, para ver os prejuízos.
“Mais de cem videiras foram arrancadas” – garantiu Aurora Espinho.
Ao que constatámos, no terreno, existem, de facto, várias cepas arrancadas e cortadas, e algumas poças, abertas junto às videiras, por algum animal. O javali pode ser a causa da devastação. Mas, caso fosse este animal, os arames das vinhas, junto ao chão, estariam destruídos ou entortados, o que não acontece.
Na Quinta-feira, a GNR, com o apoio da Direcção Geral das Florestas, montou uma armadilha, numa vinha do lugar de Fonteita (uma espécie de caixa, em rede de arame e com uma porta) para tentar capturar algum animal ou o autor do tal “fenómeno” que possa ser o responsável pelo prejuízos que já afectou seis viticultores de Sabroso.
Jmcardoso