Domingo, 1 de Dezembro de 2024
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Visita pastoral à paróquia de Sever

O Crisma é uma etapa fundamental da formação cristã e não um ponto final. Por isso, ele requer a experiência de um exercício firme de quem caminha e quer caminhar, e nunca a ideia de quem chegou ao fim, disse o senhor Bispo em Sever, na tarde do passado Domingo.

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Sever é uma das dez paróquias de Santa Marta, situada a norte da vila. Depois da passagem pela Cumieira (que pertence ao concelho mas há anos vem a ser pastoreada pelo clero de Vila Real), a paróquia de Sever é a primeira que se encontra na estrada que desce para Santa Marta, logo depois da ponte sobre o Corgo.

Com a visita de Domingo, era já a quarta vez que o senhor D.Joaquim ali se deslocava. Na primeira visita crismou 80 pessoas, na segunda 65, na terceira 40 e, desta vez, 23 pessoas. Isto revela a descida da população, pois a prática dominical até tem subido um pouco. O pároco informou que, neste ano, só tem uma criança no terceiro ano da catequese (ano da Primeira Comunhão) e outra no sexto (o ano da Profissão de fé), embora haja outras crianças nos anos intercalares. Tais números indicam que a descida vem a acentuar-se.

Como a tarde estava chuvosa, os fiéis esperaram dentro da igreja a chegada do prelado, tendo uma jovem feito a saudação no degrau do altar. Na Eucaristia, os jovens fizeram a proclamação das leituras e cantaram o salmo, e participaram no cortejo dos dons.

Na homilia o senhor Bispo fez a catequese geral sobre «o fim do mundo», como constava dos textos litúrgicos, afirmando que «esse acontecimento futuro não está datado» e «não é uma desgraça, mas uma graça, pois a vida permanente no mundo seria um pesadelo. Por sua vez, «a vida eterna além da morte, continuou, é outra boa notícia que permite ao homem o pleno desabrochar da sua personalidade, nunca conseguida na terra, e é a garantia do valor da vida presente».

Dirigindo-se aos crismandos, sublinhou o valor do esforço de formação que haviam feito, lembrando que «o Crisma não é o ponto final de nada, mas um passo no crescimento da fé que prepara de longe para o casamento, o sacerdócio, e a vida religiosa. Ainda há quem entenda o crisma como uma conclusão da catequese ou requisito de padrinhos ou madrinha, um sacramento sem dinamismo. Por essa razão, os párocos devem marcar o Crisma com muita antecedência organizando um percurso para os candidatos e sem garantia de serem crismados, tudo dependendo da fidelidade a esse percurso. Seria um contra-senso crismar alguém sem qualquer percurso ou quem pensa abandonar».

No final, fez uma reflexão geral sobre a Igreja na Europa actual, sobre a educação litúrgica e sobre a educação sexual, que havia prometido na recepção inicial.

Os fiéis mantiveram-se atentos a essa reflexão. De modo sintético, lembrou que «a Europa assume-se hoje como laica, o que tem de provocar nos cristãos uma atitude de grande lucidez pessoal, mormente em áreas ligadas ao casamento, à geração e educação dos filhos, à castidade e à morte. São áreas naturais, ainda que tenham também uma face religiosa». Sobre a educação litúrgica chamou a atenção para a mudança no modo viver a Missa: «antigamente ia-se à missa de determinado Padre, hoje o Padre preside à missa de todos, cabendo a cada um fazer aquilo e só o que lhe pertence. Esta nova perspectiva altera o comportamento do povo e do padre». Acerca da educação sexual, lembrou que «o melhor é o que a mãe e o pai dizem com afecto e verdade aos seus filhos, e é melhor correr o risco de dizê-lo um ano mais cedo que um dia mais tarde: os verdadeiros pais nunca corrompem ao falar disso». E pediu às mães «que eduquem as filhas para o sentido do pudor e da modéstia cristã, pois tudo têm a ganhar com isso, e os rapazes para o sentido da virilidade».

 

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