Depois da vitória difícil, em Cerva, o Vila Real teve uma nova deslocação, desta vez a Valpaços, onde encontrou ainda maiores dificuldades para conseguir arrecadar os três pontos. Teve um opositor à altura, uma equipa do Valpaços que está neste campeonato para lutar pelos lugares cimeiros da tabela classificativa. Num palco com óptimas condições para a prática desportiva, faltaram mais golos, para dar outro brilho a um jogo que teve emoção e luta até ao final. Os forasteiros entraram melhor no jogo. Cedo começaram a povoar o centro do terreno, onde Fraguito, Ernesto e Norberto faziam bem a cobertura, não deixando os homens da casa partir, com perigo, para a contra-ofensiva. Os “alvi-negros” conseguiam colocar as bolas nas laterais, onde Caniggia, Castanha e Peixoto tentaram dar profundidade ao seu jogo, mas faltou, claramente, o avançado de área, para dar o melhor seguimento às iniciativas dos médios. Nuno Meia teve uma tarefa difícil, na frente atacante, ao desperdiçar inúmeras ocasiões de golo. A sua eficácia no último remate esteve muito longe da perfeição. Ainda por cima, teve um opositor de peso, o guarda-redes Tiago Gil que negou o golo, por três vezes, ao jovem vila-realense.
O Valpaços esteve um pouco retraído, nos minutos iniciais, mas, quando conseguiu sacudir a pressão, criou duas boas oportunidades. A primeira através de um remate forte que Vieira só conseguiu segurar à segunda. Depois, a bola foi embater na barra. Ramon fez o cruzamento para a entrada acrobática de Calado e a bola foi à trave, decorria a meia hora de jogo.
Até ao intervalo, registo para mais uma bola no ferro, desta feita para os visitantes. Miguel desmarcou Nuno Meia que, perante a saída do guarda-redes, atirou para o lado mais distante, mas a bola foi ao poste. Pouco tempo depois, o árbitro apitou para o intervalo. Foi uma primeira parte marcada pelas perdidas de Meia que esteve muito perdulário, no capítulo da finalização.
Na segunda parte, continuou o Vila Real a pressionar o adversário, sobre o último terço do terreno. Primeira grande oportunidade para o central Nuno Fredy, mas o remate saiu a rasar o travessão. Até que, aos 57 minutos, finalmente, Meia redimiu-se das perdidas, goradas na 1.ª parte. Caniggia abriu para Nuno Meia que ficou isolado e, perante a saída de Tiago, não teve dificuldades em colocar a bola no fundo das redes. Estava feito o único golo da partida.
A perder, a equipa da casa veio para a frente e, aos 59 minutos, poderia ter feito o empate, mas a bola foi de novo ao ferro. A bola foi levantada ao primeiro poste, onde Toni se antecipou, cabeceando ao poste. Vieira estava completamente batido.
Aos 74 minutos, o Vila Real poderia ter ampliado a vantagem, mas Tiago interpôs-se, com classe, ao remate forte de Castanha. Até que, aos 80 minutos, surgiu o caso do jogo. Gritou-se golo, nas bancadas, mas o árbitro anulou o lance, por suposto fora-de-jogo do avançado da casa. Um lance que levantou muitos protestos, tanto no terreno de jogo como nas bancadas.
Até ao final, o Valpaços tudo fez, para anular a desvantagem, mas, com maior ou menor dificuldade, o Vila Real concentrou-se na missão defensiva e não deixou que a sua baliza fosse violada. A vitória acabou por sorrir à equipa que mais arriscou, no decorreu dos 90 minutos, mas foi um exame difícil de ultrapassar, pelos comandados de Luís Pimentel.
Luís Pimentel,
treinador do Vila Real
“Controlámos o jogo”
O técnico vila-realense ficou satisfeito com a vitória e referiu que a sua equipa teve várias oportunidades, para ampliar o resultado, mas que não aproveitou.
“Diz-se, no futebol, que o mais difícil é criar situações de golo, mas nós estamos a criá-las, sem conseguimos tirar partido das sucessivas oportunidades. Realmente, quando não se marca, há uma maior ansiedade na equipa. Quando se joga em casa de um adversário forte, como o Valpaços, e com o resultado escasso, há sempre um determinado sofrimento. Nós sentimos isso, na parte final, e, a jogar com dez, as coisas ficaram mais complicadas. Controlámos e assumimos sempre o jogo. O Valpaços teve três situações de golo, mas nós esbanjámos mais. O resultado acaba por ser justo. Conseguimos os três pontos que era o que pretendíamos, perante um adversário directo”.
Marco Bernardes,
treinador do Valpaços
“Perdemos o jogo, mas ganhámos uma equipa”
O técnico da casa ficou satisfeito com a entrega da sua equipa e referiu que o resultado poderia ser outro.
“Sentimos algumas dificuldades, nos primeiros minutos. Estávamos a defrontar o Vila Real e isso pesou, um pouco, na cabeça dos jogadores que mostraram alguma ansiedade. Fiquei contente com a prestação da equipa, uma vez que jogámos contra um bom conjunto, como o é o do Vila Real. Na segunda parte, estivemos mais soltos e mais perto daquilo que pretendemos, neste campeonato”.
Quanto ao lance polémico, Marco Bernardes disse que estava muito longe, para analisar, correctamente. Preferiu falar do jogo e realçar a boa réplica da equipa. “Estou longe, não consigo analisar, mas os jogadores dizem que não houve infracção e que o golo foi limpo. Isso é de somenos, o certo é que perdemos o jogo, mas ganhámos uma equipa”.
Márcia Fernandes
FICHA TÉCNICA
Jogo disputado no Estádio Municipal de Santa Cruz, em Valpaços.
Árbitro: Vítor Silva, auxiliado por Rui Rebelo e Tiago Faustino.
VALPAÇOS – Tiago; Nuno Mendes, France, Zé Maria e Jó (Carlitos, 48’); Toni, André, Ruca (Nico, 79’) e Ramon (Sérgio, 54’); Calado e Cruzeiro.
Suplentes não-utilizados: Mário, Lubi, Malta e Zé Barraca.
Treinador: Marco Bernardes.
VILA REAL – Vieira; Miguel, Zé Monteiro, Fredy e Caniggia (Pedro Alves, 90+3’); Norberto, Ernesto, Fraguito (Palhares, 81’) e Castanha; Nuno Meia (Leirós, 86’) e Peixoto.
Suplentes não utilizados: Tiago, Luís Filipe e Gabriel.
Treinador: Luís Pimentel.
Cartões amarelos: Toni (48’), Ernesto (49’ e 87’) e Miguel (72’).
Cartão vermelho: Ernesto (87’).
Ao intervalo: 0-0.
Marcador: Nuno Meia (57’).