Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Equívoco e arrogância

Fartos de ouvir falar da crise, os portugueses só desejam que ela acabe depressa. Da mesma forma, os políticos digladiam-se em vão sobre como a combater, e opinam diversificadamente sobre a altura em que ela comece a se desvanecer. No meio deste atordoar ensurdecedor onde todos falam mas poucos sabem o que dizem, há uma espécie de procissão orquestrada onde cada um carrega o andor dos seus interesses. A bem da verdade, desde que me conheço que ouço falar da crise, ou seja, pode dizer-se que o país sempre esteve em crise permanente. Contam-se pelos dedos de uma mão e sobram falangetas, os momentos em que vivemos um clima de alguma pacífica prosperidade, desassombrado de apertos económicos, serenidade social e acerto político. Contudo, de cada vez que a tal crise rebenta com mais violência, raramente dela se tomam lições que nos serviam para acautelar o futuro de recaídas.

Neste deambular retórico e filosófico sobre o que nos espera depois dela passada, há, quanto a mim, um tremendo equívoco. Equívoco que assenta na presunção dessas lições que não se aprendem. Todos estão à espera que a crise passe para que a vida económica retome o seu normal funcionamento. E é aqui que está o erro. Se alguém pensa que o mundo económico, industrial e comercial poderá repetir o que vem fazendo ao longo destes anos, que se desengane. O que esta crise nos está a ensinar é que as relações comerciais, a actividade produtiva, as transacções financeiras, etc., terão substancialmente que mudar. O mundo vai ter que reconsiderar o que vai produzir, para quem

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