O presidente da Câmara Municipal de Peso da Régua, Nuno Gonçalves, abordou, ao Nosso Jornal, os vários investimentos previstos e comparticipados pelos fundos do Quadro de Referência Nacional, QREN. “De facto, está em curso um grande projecto de regeneração urbana, que é feito com outros parceiros. Temos os projectos em fase terminal, outros já concluídos. Presumo que, até final do ano ou início do próximo ano, teremos em curso um grande conjunto de obras na nossa cidade, que irão valorizar de uma forma muito significativa toda a frente ribeirinha”.
O “pontapé de saída” do Plano de Regeneração foi dado com a construção do Parque Multiusos, onde agora é realizada a feira semanal e desenvolvidas diversas actividades culturais, que se localiza perto da frente ribeirinha. No cardápio de obras previstas, a requalificação e valorização da centenária Ponte Metálica sobre o rio Douro entrará em concurso público ainda este mês, numa parceria com as Estradas de Portugal. Ao mesmo tempo, está em fase terminal, por parte da Rede Ferroviária Nacional, o projecto para a Reabilitação do Cais Comercial da Estação da Régua. É uma obra ambicionada há muitos anos pela população e que vai dignificar a entrada da cidade. “Aí poderá colocar-se um conjunto de actividades ligadas ao sector da restauração, bebidas, venda de produtos regionais e de vinhos”. “Inclusivamente, o cais é Património Classificado, único com um formato em redondo, que o distingue. Temos ali uma peça de arquitectura que precisava de ser reabilitada e esta parceria com a REFER tornou isso possível”, contou Nuno Gonçalves.
Uma outra intervenção garantida é a reabilitação do Teatrinho Reguense, situado na esquina da Rua da Vareira, que vai ser feita em parceria com o IVDP e com o Museu do Douro. “É uma peça de arquitectura relevante e única na nossa região”.
Neste plano de Regeneração Urbana, surge ainda a reabilitação das piscinas do Clube Caça e Pesca do Alto Douro, junto às pontes da cidade, uma obra feita em parceria com o próprio clube. “Pretendemos dar uma outra dimensão às piscinas descobertas, que são muito procuradas no Verão. O clube não teria a possibilidade de fazer as obras sozinho, por isso foi feita uma candidatura que permite financiamento que pode ascender a 80 por cento”.
A reabilitação de toda a EN 108, desde a entrada da Régua até ao fundo do Salgueiral, será igualmente uma realidade. “Esta linha estruturante, que se desenvolve ao longo de toda a frente ribeirinha e que será o ponto de partida para a reabilitação de todo o espaço que medeia entre o Corgo e o fundo do Salgueiral, poderá começar já no início do próximo ano. Irá trazer alguns constrangimentos, mas tentaremos minimizá-los, porque é uma obra fundamental. Ao mesmo tempo serão reabilitadas também as duas ruas laterais à Casa do Douro, a de Alegria e do Barão de Forrester, que fecham a malha da reabilitação da estrutura baixa da cidade da Régua”.
Na zona ribeirinha, com o projecto de execução concluído e numa parceria com o IPTM, brevemente, o cais turístico fluvial será transformado em cais rígido para evitar os constrangimentos e os prejuízos que são causados pelas cheias. No enfiamento da mesma zona, será reabilitada a zona residencial da Barroca, que apresenta alguma degradação. A margem do rio será ainda alvo de uma intervenção e a ciclovia reabilitada em toda a frente da intervenção, ao nível do rio.
Nuno Gonçalves focou ainda duas obras importantes para a mobilidade rodoviária e de passageiros. “Será construído um novo acesso ao rio, junto à Ponte metálica e uma nova rotunda. Esta intervenção permitirá o acesso de autocarros, e iremos construir aí um parque de auto-caravanismo. Nesta área, será ainda instalado o parqueamento dos autocarros. A entrada e saída de passageiros irá construir-se na zona da praça da estação ferroviária, ou seja, é absolutamente necessário retirar os autocarros da plataforma alta da Estação e a solução que se encontrou foi localizá-los a uma cota baixa, numa proximidade relativa da mesma”.
Recorde-se que, há alguns anos atrás, havia um outro projecto para o interface de transportes da Régua, contudo o processo não avançou. “Nós pretendíamos construir a Central de Camionagem na plataforma da Estação, mas, depois de várias tentativas junto da REFER e de muitos estudos que fizemos, acabamos por chegar à conclusão que a própria REFER não podia disponibilizar o espaço necessário para a construção desse interface de transportes, o que nos levou a recorrer a outra solução”.
Na Alameda dos Capitães está prevista a construção do Auditório Municipal, obra que ainda não tem financiamento comunitário. No piso inferior, este equipamento cultural albergará um parque de estacionamento coberto com 150 lugares, permitirá também fazer a reabilitação completa de toda a plataforma e irá transformá-la “numa alameda cultural com qualidade, que, com certeza, irá atrair as pessoas àquela zona da cidade, que é majestosa e de grande importância” .
Até meados de 2012, todo este plano de acção deverá estar concluído. Entretanto, houve alterações de financiamento. “Numa primeira perspectiva, a candidatura era para 10 milhões de euros, mas agora são 15 milhões de euros, o que significa que estávamos a contar com um financiamento, do QREN, de cerca de 80 por cento e agora passou a 70 por cento”. Cada entidade parceira dos projectos leva a execução a sua operação e suporta o financiamento que lhe corresponde. “Grande parte do investimento é da Câmara Municipal de Peso da Régua”.