Sábado, 2 de Novembro de 2024
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150 Erasmus “invadem” UTAD, para mais um ano lectivo

Vivem em países diferentes, com línguas e culturas muito distintas. Em comum, têm o facto de serem alunos universitários europeus que escolheram a UTAD para estudar, recorrendo ao Erasmus, o programa de mobilidade estudantil que, na universidade transmontana, tem ganhado força, nos últimos anos. E prova disso são projectos que estão agora a ser consolidados […]

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Vivem em países diferentes, com línguas e culturas muito distintas. Em comum, têm o facto de serem alunos universitários europeus que escolheram a UTAD para estudar, recorrendo ao Erasmus, o programa de mobilidade estudantil que, na universidade transmontana, tem ganhado força, nos últimos anos. E prova disso são projectos que estão agora a ser consolidados e que passam pela instituição do “Dia do Erasmus” e a criação de um espaço, tipo residência, que lhes dê guarida, exactamente no coração da cidade.

A Câmara Municipal de Vila Real recebeu, no dia 15, nos Paços do Concelho, parte de um grupo de 150 Erasmus que já estão, em Vila Real, para, durante o próximo ano lectivo, dar continuidade aos seus estudos, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Para alguns, a cerimónia de boas-vindas da autarquia serviu para, pela primeira vez, experimentarem algumas das iguarias gastronómicas vila-realenses, nomeadamente os covilhetes e as cristas de galo. No entanto, para outros, cuja estadia na capital de distrito transmontana já se prolonga, há cerca de um mês, até as “francesinhas” já são bem conhecidas, como é o caso de Juan Cidre, estudante espanhol, natural de Ourense, o qual apesar de “estar, praticamente, em casa”, como o próprio reconhece, viu no Programa Erasmus uma forma de conhecer melhor Portugal.

Com 28 anos e frequentando o 5.º ano do Engenharia Agronómica, Juan Cidre espera concluir, na UTAD, o seu percurso académico.

“Já conheço os costumes, mas são muito diferentes dos nossos, principalmente as praxes”, explicou o estudante que faz parte de um grupo de 65 espanhóis que escolheram Vila Real para estudar, fazendo do país irmão o mais representado, no universo do Erasmus da UTAD.

Se, para alguns, o “voo” é curto, para outros a aventura toma contornos mais aliciantes, tendo em conta não só a distância do seu país de origem, mas, também, os desafios de estudar numa língua diferente e de viver em costumes completamente novos. Olga Chwilowicz, de 21 anos, deixou Poznan, uma cidade de cerca de 750 mil habitantes, na Polónia, para, durante um ano, estudar Línguas, na UTAD.

“No início, tive algumas dificuldades, ao nível do plano de estudos, mas já está tudo resolvido”, garante a polaca, adiantando que outra das grandes diferenças é a alimentação, sobretudo no que diz respeito aos horários.

Unânime é a opinião dos estudantes relativamente à hospitalidade dos estudantes e professores da UTAD e dos vila-realenses, em geral.

“Adoro Vila Real, adoro Portugal”, disse, ao Nosso Jornal, muito entusiasmada, Derya Çelik, uma universitária, de 22 anos, natural de Ankara, na Turquia, a qual, apesar de ter chegado, há pouco mais de um mês, já percebe algumas palavras de português e responde, mesmo, orgulhosamente, a algumas perguntas na língua do país que agora a acolhe.

Segundo Hugo Pereira, Presidente da Delegação da UTAD da Erasmus Students Network (ESN), no total, entre alunos que vão ficar o ano inteiro e aqueles que ficarão, apenas, um semestre, a UTAD deverá receber, este ano, duzentos alunos do Erasmus, 150 dos quais já se encontram em Vila Real.

“Recebemos estudantes de Espanha, França, Hungria, Lituânia, República Checa, Polónia e Turquia e, dentro em breve, chegarão alunos da Itália, da Grécia e da Eslováquia”, revelou o dirigente da Associação que, representada na UTAD, desde o ano passado, tem como objectivo apoiar os estudantes estrangeiros, na sua estadia em Vila Real.

À semelhança do que aconteceu no ano anterior, a ESN vai levar a cabo vários projectos que têm em vista a integração e a garantia da melhor estadia possível dos estudantes estrangeiros, nomeadamente o programa de apadrinhamento que prevê que estudantes da UTAD apadrinhem um ou mais Erasmus e que o acompanhem, ao longo da sua permanência, entre nós. Outras das actividades, para além de festas dedicadas aos estudantes estrangeiros e viagens pela região e pelo país, a ESN vai voltar a convidar a população vila-realense a partilhar o Natal e a Páscoa com os estudantes estrangeiros que não vão a casa, para essas datas festivas.

Mas a entrega da UTAD ao programa vai mais além, como adiantou Eduardo Rosa, Vice-Reitor para as Relações Internacionais, adiantando que a universidade transmontana pretende, no futuro próximo, instaurar o “Dia dos Erasmus”.

Também a autarquia assume o programa de mobilidade estudantil como um forma de implementar uma postura cada vez mais europeia, onde “não há lugar para fronteiras, geográficas, culturais ou políticas”, conforme explicou Manuel Martins, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, revelando que os serviços técnicos da autarquia estão a estudar um projecto que prevê facilitar, ainda mais, a vida dos estudantes que “abraçam o desafio Erasmus”, mais exactamente a criação de um espaço, na zona da Vila Velha, onde os estudantes estrangeiros poderão residir.

Apesar de ser uma experiência efémera, de apenas um semestre, para alguns, o autarca vila-realense considera importante garantir todas as condições, para que os estudantes, ao deixarem a capital de distrito, sintam a vontade de regressar.

 

Maria Meireles

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