Quarta-feira, 4 de Dezembro de 2024
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A importância de dar visibilidade ao seu trabalho

Apesar das mulheres se encontrarem em maior número, quando se fala no grau de licenciatura e, até mesmo, nos doutoramentos, no que diz respeito à sua representatividade, em posições de topo, as contas são outras. Apesar de considerarem que não se trata de discriminação, as investigadoras continuam a lutar pela sua visibilidade, no mundo académico […]

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Apesar das mulheres se encontrarem em maior número, quando se fala no grau de licenciatura e, até mesmo, nos doutoramentos, no que diz respeito à sua representatividade, em posições de topo, as contas são outras. Apesar de considerarem que não se trata de discriminação, as investigadoras continuam a lutar pela sua visibilidade, no mundo académico

Criada em 2005, a Associação Portuguesas de Mulheres Cientistas (Amonet) está agora a desenvolver esforços para divulgar a sua existência e, consequentemente, dar visibilidade ao trabalho científico desenvolvido no feminino, tendo, para tal, organizado, no dia 20, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o seu 1.º Encontro Nacional.

Rosa Paiva, Presidente da Amonet, sublinhou que esta não é uma associação divisionista e prova disso é o facto de terem associados do sexo aposto, membros que também “lutam por uma maior visibilidade das mulheres cientistas”.

Segundo o mesmo responsável, cerca de 65 por cento dos recém-licenciados são mulheres, uma taxa que diminui, para os 50 por cento, quando se fala do grau de douramento. Os índices continuam a decrescer, no percurso académico, já que, ao nível dos professores auxiliares e professores associados, os índices cifram-se nos 40 e nos 35 por cento, respectivamente. Finalmente, a contabilidade dos sexos termina com apenas 20 por cento de mulheres, com estatuto de professor catedrático.

A professora da Universidade Nova de Lisboa revelou, no entanto, que, de acordo com um relatório do Eurostat, Portugal é o quarto país da União Europeia com maior percentagem de mulheres na investigação, perto de 45 por cento.

Isolina Poeta, Professora Catedrática do Departamento de Economia e Gestão e Vice-Reitora da UTAD, entra nas estatísticas, contribuindo para aumentar o número, ainda pouco representativo, das mulheres, nos órgãos de decisão. “Estou, na Reitoria, há nove anos” recordou a investigadora transmontana que, há seis anos, foi uma das primeiras mulheres, no país, a ser nomeada para o cargo de Vice-Reitora.

“É mais difícil ser mulher”, considerou Isolina Poeta, sublinhando que a maior dificuldade é conciliar a vida académica e as responsabilidades familiares, como a vida doméstica e os filhos.

Desmistificando a ideia de que os números poderiam ser sinónimo de “discriminação, Isolina Poeta acredita que o trabalho das mulheres” já é conhecido no mundo académico e rejeita a ideia da “imposição de cotas” nos quadros de gestão das universidades.

“Lá chegaremos”, concluiu a professora da UTAD.

Margarida Correia Marques é outra das investigadoras da universidade transmontana envolvidas no projecto da Amonet. Ligada a projectos como o Programa Douro Limpo ou a mediação da poluição fotoquímica e atmosférica no nordeste transmontano, a professora associada da UTAD é um exemplo da investigação no feminino.

“Não estamos a lutar pelo reconhecimento do trabalho científico desenvolvido por mulheres. O nosso objectivo é dar-lhe mais visibilidade e impulsionar o papel das mulheres nos lugares de gestão das Universidades”.

 

Maria Meireles

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