Um mês e meio depois, a FPF anunciou o cancelamento de todas as provas não profissionais, uma decisão com a qual os alvinegros concordaram. “Acho que acima de qualquer prova ou qualquer resultado desportivo, está a saúde de todos nós”, reagiu Paulo Lopes, o presidente do clube da vila termal.
Apesar da posição favorável, o Vidago FC colocou em cima da mesa a hipótese de, em setembro, realizarem-se os jogos que faltavam jogar, mas a decisão foi unânime. “Estaríamos de acordo se estes jogos em falta pudessem ser realizados em setembro, e após um período de descanso, iniciava-se a nova época 2020/2021, mas não havendo essa hipótese, a nossa posição foi favorável ao cancelamento.
Apesar de nunca se ter assumido como candidato à subida ao Campeonato de Portugal, esse era um objetivo que o Vidago FC estava a perseguir esta época, apostando na prata da casa e no regresso da massa adepta às bancadas do Campo João de Oliveira.
O “sonho” ficou em stand-by, mas o presidente garantiu que “não morremos” e que na próxima época o clube irá regressar para voltar a sonhar “com novos objetivos”, embora tenha a consciência dos “tempos difíceis” que se avizinham. “Os nossos prejuízos são avultados. Não somos dependentes do município, temos muito comércio tradicional local que nos apoia há vários anos e, neste momento concreto, não sei como será. Essa é a nossa maior preocupação. Como poderão eles ajudar-nos?”, perguntou apreensivo Paulo Lopes.
Sobre o fundo de apoio que a FPF disponibilizou para os clubes não profissionais, o presidente do Vidago não se alongou sobre o assunto, mas considerou que, apesar do valor ser “volumoso”, é da opinião que “nem o dobro seria suficiente”. “Quantos clubes não profissionais existem a nível nacional? Quantos são e em que proporcionalidade serão apoiados?”, deixou no ar.
PAGAMENTOS POR MÚTUO ACORDO
Vidago FC e jogadores chegaram a acordo quanto ao pagamento dos salários relativos a esta época, que terminou antes do esperado. O clube pagou oito meses e meio de salários e os respetivos prémios de jogo, que lhes foram prometidos pelos objetivos que foram alcançados pela equipa sénior.
A direção do Vidago FC prepara a apresentação das contas em assembleia geral de sócios, assim que for possível e Paulo Lopes diz já estar a pensar na próxima época. “Não podemos morrer”, remata, afirmando que “continuo a contar com todos para o futuro”.