A renacionalização dos CTT, a linha do Douro, bem como a regionalização de Trás-os-Montes e Alto Douro foram os temas mais efusivos durante a sua intervenção.
À VTM, a bloquista deixou bem claro que o BE se “debateu muito para que as questões ferroviárias estivessem no Plano Nacional de Investimentos”, nomeadamente a reabilitação e a modernização da linha do Douro. Para Catarina Martins, a ligação de Portugal a Espanha, por esta via ferrovia, não pode, porém, ser apenas um ponto de passagem.
“O Interior não pode ser simplesmente um local de passagem entre os portos e Espanha. Precisamos não só da ferrovia de mercadorias, que é importante uma vez que temos só cinco por cento a circular de via férrea. Mas precisamos de uma via que trate dos passageiros e das mercadorias, permitindo que o Interior se desloque de comboio e não ver simplesmente comboios a passar”, salientou.
A líder bloquista anunciou que o BE vai avançar com um projeto de lei para a renacionalização dos CTT, argumentando que “não vale a pena colocar a cabeça na areia”, pois ou os CTT “são públicos, ou Portugal não tem serviço de correios”.
“Os CTT lucravam 60 milhões de euros, por ano, ao Estado, mas ainda assim foram privatizados e, desta privatização, já foram encerrados mais de 80 balcões no país”, referiu, salientando que os acionistas “estão a assaltar a empresa”, bem como o “investimento público para terem um lucro rápido, enquanto a população fica sem serviços de correios”.
“O projeto de renacionalização dos CTT que o BE apresenta é um projeto que prevê a avaliação do que foi feito, do cumprimento ou não da concessão, do que aconteceu na empresa, para que se possa responsabilizar pelas decisões que foram lesivas, que contrariam o contrato de concessão e que destruíram a empresa”, anunciou.
Catarina Martins não compreende o argumento do Governo no que diz respeito à existência de um contrato de concessão até 2020, pelo qual “não pode fazer nada”, por isso a bloquista salienta “se ficamos à espera vai continuar na mão de privados”.
“Não é aceitável esta situação. O Estado não tem que gerir o que pode, para os privados fazerem o que quiserem, o Estado coloca as regras”.
Quanto à regionalização, a bloquista considera que a “regionalização é democracia” e que a “municipalização é um erro”.
“Quando se atrasam dossiers da regionalização para falar de descentralização, onde a municipalização é mais uma forma para brincar e fazer de conta, dizendo que sim à proximidade das populações, para decidirem o que podem fazer com as migalhas, não há poder democrático para se decidir o que se faz com os recursos do país”, disse, referindo que “não queremos ser capatazes do poder económico do momento, mas antes que quem aqui vive tenha poder de decisão na riqueza do país”.
Já o Bloco de Esquerda de Vila Real considerou o tema da linha do Douro uma “autêntica palhaçada”, onde se verificam “adiamentos e concursos atrás de adiamentos e outros concursos”.
Mais, o partido defendeu ainda, para o desenvolvimento do Interior, o fim das portagens A 24, a criação de Centros Operacionais que permitam a conservação da rede viária do distrito, a extensão do IC 5 do Pópulo até Vila Pouca de Aguiar, bem como a construção de uma IC a ligar Montalegre, Chaves a Bragança.