Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Agricultores derramam 200 litros de vinho nas ruas

Cerca de 300 viticultores durienses participaram na concentração-vigília que a Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro, AVIDOURO, promoveu em frente as instalações do IVDP, seguindo depois para as avenidas de Ovar e da Galiza. Para alertar simbolicamente o Poder Central da grave situação da Região Demarcada do Douro, foram derramados mais de 200 litros de vinho, numa das ruas da cidade duriense (ao lado da Casa do Douro).

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No final da concentração foi aprovado um documento que irá seguir para o presidente da República, Governo e Assembleia da República. Manuel Ribeiro foi um dos agricultores presentes na concentração e de corda ao pescoço explicou o significado de tão estranha aparência. “Isto representa o destino dos pequenos viticultores, ou seja, a morte simbólica por enforcamento”. “Com os preços baixos dos vinhos, pagamentos feitos tarde e a más horas, a redução de benefício, a Casa do Douro sem poder e sem competências, onde iremos parar?” – Esta foi uma interrogação comum deixada por outros agricultores (alguns com velas nas mãos) presentes na manifestação.

A dirigente da Avidouro, Berta Santos, garantiu que a crise é tal “que já há muitos agricultores na miséria por não terem o que dar de comer aos seus filhos. Há lavradores que ainda não receberam o dinheiro das colheitas de 2005”. Voltando a abordar a questão do benefício, a dirigente lembrou que ano após ano tem vindo a ser reduzido.

Em 2010, “aparentemente não há redução, o certo é que aumentaram a área beneficiada e desta forma há uma descida real na atribuição do benefício, quando se sabe que é este que garante a sobrevivência do pequeno e médio viticultor do Douro”, sublinhou.

Mas, há outros factores que contribuem para uma das maiores crises sociais que os agricultores do Douro vivem, como é o caso da “constante subida das contribuições para a Segurança Social e o esvaziamento da Casa do Douro” (nenhum dirigente esteve presente na manifestação).

Em síntese, a Avidouro reclama o aumento do benefício, melhores preços para os vinhos na produção, redução no preço do gasóleo, adubos, pesticidas e electricidade agrícola, e mais apoio para a Casa do Douro. “Se isto continuar assim, o Douro caminha para a desertificação e para a miséria”, salientou Berta Santos.

Quanto ao vinho espalhado pelas ruas, este protesto simbolizou a insatisfação crescente dos viticultores, que “estão zangados e que prometem continuar a lutar por melhores condições”, garantiu a dirigente sindical.

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