Domingo, 3 de Novembro de 2024
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Ameaça de encerramento do Hospital D. Luís I

A hipótese de encerramento do Hospital D. Luís I até final do ano, uma notícia avançada na sexta-feira, está a criar uma onda de revolta e fortes críticas de autarcas e partidos políticos da região. A Câmara e o PSD local referem que “ficaram surpreendidos”, enquanto o PS entregou um requerimento na AR a questionar o ministro da Saúde. Sobre este assunto, ninguém quer assumir responsabilidades. Os socialistas dizem que a culpa é do actual do Governo, este diz que foi uma decisão do anterior executivo.

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A cidade do Peso da Régua pode ficar sem a sua unidade de saúde mais importante. O Hospital D. Luís I, que anos a fio desempenhou um papel preponderante nos cuidados de saúde de milhares de utentes da região duriense, pode ter os dias contados, mercê de uma decisão terá sido comunicada aos funcionários da instituição.

As reacções não se fizeram esperar. A Câmara da Régua diz-se “subitamente surpreendida pela decisão do Ministério da Saúde de encerrar o Hospital D. Luís I, entre Outubro e Dezembro” e lamenta ter tido conhecimento apenas por terceiros. Sob proposta dos eleitos do Partido Social Democrata foi enviada uma carta ao primeiro-ministro onde referem “não encontrar justificação para esta precipitada tomada de decisão”. “Entendemos que o Hospital D. Luís I, que tem uma população-alvo de cerca de 50 mil utentes, não deve ser encerrado mas sim valorizado com um serviço de qualidade e de proximidade que temos vindo a defender. Em causa não está aqui qualquer poupança, antes pelo contrário, haverá mais custos e menor qualidade nos serviços prestados, pelo que não aceitamos qualquer explicação com base no memorando de entendimento da Troika”. No mesmo documento, os sociais-democratas consideram “inaceitável a posição assumida pelo Ministério da Saúde, que não tenha sido precedida por uma consulta ou pelo menos uma simples informação ao Poder Local”.

Numa conferência de imprensa, realizada na segunda-feira na Régua, Rui Santos, deputado eleito pelo distrito de Vila Real, deu a conhecer um requerimento que foi enviado ao ministro da Saúde e agora espera pelas respostas de Paulo Macedo. Das várias questões colocadas, os deputados eleitos pelo distrito de Vila Real perguntam “se o Governo tem ou não a intenção de encerrar o hospital”, e se “está prevista a deslocalização do Centro Oftalmológico do Hospital da Régua para Lamego”. No requerimento questionam também “se com a entrada em funcionamento do novo hospital de Lamego haverá reforço ou não da medicina interna, ao nível do internamento e da sua diferenciação?”. Os deputados socialistas querem ainda saber “se o Governo tem ou não a intenção de participar num novo modelo de gestão para o hospital da Régua de parceria público-privada, como terá sido anunciada há tempos pelo presidente da Câmara de Régua”.

O PS da Régua “surpreende-se ainda com a falta de conhecimento da autarquia local” sobre um assunto que é do maior interesse para a população da cidade.

 

“A culpa morreu solteira”

 

Sobre este assunto, parece que ninguém quer assumir a responsabilidade do encerramento. Através de uma nota enviada à Agência Lusa, fonte do Ministério da Saúde afirmou que a “decisão do encerramento do Hospital D. Luís I, na Régua, não foi da responsabilidade do actual ministro da Saúde”, Paulo Macedo. Esta posição revoltou os socialistas, nomeadamente Rui Santos, que classificou de “autêntica mentira” a explicação do Governo. “Estas declarações não correspondem minimamente à verdade. O anterior Governo nunca equacionou o fecho do hospital”. Também presidente da Federação distrital assumiu que o “antigo secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, está disposto a vir à Régua esclarecer o assunto”.

O PS e dos deputados eleitos pelo círculo de Vila Real irão solicitar reuniões com a Liga dos Amigos do Hospital da Régua, Santa Casa da Misericórdia e Administração do Centro Hospitalar de Trás-os- -Montes e Alto Douro.

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