No início deste mês, António Martinho completou dois anos à frente do Governo Civil, dois anos que considerou terem sido “muito positivos”, para o distrito. A constituição da Fundação Museu do Douro e o boicote das eleições presidenciais no Pinhão foram os dois pontos sublinhados pela positiva e pela negativa, respectivamente.
“A aposta para os próximos dois anos vai para a formação para a cidadania e para a segurança”, adiantou António Martinho, Governador Civil de Vila Real, no dia 17, exactamente no dia em fez o balanço sobre os dois primeiros anos como governador do distrito transmontano.
Fazendo primeiro um balanço sobre a sua actuação, António Martinho sublinhou a sua intervenção, como intermediário de interesses, em questões como a constituição da Fundação Museu do Douro, as comemorações dos 250 anos da Região Demarcada duriense, a constituição do Centro Hospitalar de Trás-os- -Montes e Alto Douro e a manutenção das urgência de Chaves, entre muitas outras questões do interesse da população do distrito e da região.
O Governador Civil vila-realense congratulou-se com o trabalho desenvolvido ao nível da aproximação entre cidadãos e administração central, lembrando “as audiências concedidas, as visitas aos concelhos, as representações oficiais, a organização de iniciativas para incentivar o debate e o confronto de ideias e de propostas para o desenvolvimento do distrito, a colaboração com organismos do Governo e o seu papel como veículo dos problemas das instituições e dos cidadãos vila- -realenses, até ao conhecimento das tutelas”.
As cheias, os incêndios florestais e a reestruturação das forças de segurança foram alguns dos temas focados por António Martinho que mereceram, igualmente, nota positiva, sendo de realçar, sobretudo, fortes investimentos do Governo em projectos como o Museu do Douro (2 milhões e 125 mil euros), a Pousada da Juventude de Alijó (2 milhões de euros), o apoio às actividades de enriquecimento curricular escolar (259 euros, por aluno), entre muitos outros.
Como ponto mais alto da seu “mandato”, António Martinho realça a publicação do decreto que constituiu a Fundação Museu do Douro e, pela negativa, recordou o boicote às eleições presidenciais, no Pinhão.
Depois do balanço, o Governador Civil lançou um olhar ao futuro, adiantando que, nos próximos dois anos, pretende apostar, sobretudo, na formação para a cidadania, não esquecendo as questões ligadas à segurança.
“Não escondo a minha preocupação, relativamente à intranquilidade que se vive, no distrito”, explicou António Martinho, recordando que as estatísticas de 2006 revelaram um aumento do número de contra-ordenações, no que diz respeito aos crimes contra a sociedade (como, por exemplo, tráfico de droga e sinistralidade), “o que é preocupante”.
“Gostava de chegar ao fim, com uma região mais rica”, referiu o mesmo responsável político, lembrando que esse objectivo só se poderá concretizar com a implementação eficaz do Quadro de Referência Estratégica Nacional e com a parceria entre o Norte de Portugal e a Galiza.
Maria Meireles