Está prestes a arrancar um projecto de divulgação de informação inovador, via correio electrónico, que, dinamizado pelo Comando Distrital de Vila Real da Guarda Nacional Republicana (GNR), visa prevenir o comércio e outras instituições relativamente ao “modus operandi” recorrentes registados a nível nacional.
“O objectivo é descrevermos às entidades tipos de infracções que têm sido detectadas”, explicou, ao Nosso Jornal, o major João Morgado, chefe da Investigação Criminal do comando distrital da GNR.
Ao nível interno, a Guarda divulga diariamente comunicados com informação de crimes ocorridos em vários pontos do país, retirar desses comunicados informações que possam ser úteis ao conhecimento de determinado ramo de negócios e, através da nova rede, divulgar aos comerciantes, pode servir para que os mesmos estejam mais bem preparados caso sejam defrontados com uma situação idêntica.
A utilização de notas falsas, o recurso a uma estratégia específica para ludibriar um comerciante ou um qualquer método de actuação para a concretização de um furto ou assalto, passará assim a ser difundido via correio electrónico aos estabelecimentos e instituições a quem possa interessar a informação, como por exemplo, ourivesarias, farmácias, bombas de abastecimento de combustível, estações de correios, bancos, entre muitos outros.
Na rede também deverão ser incluídas instituições como, por exemplo, Juntas de Freguesia, Lares de Idosos, Centro Sócias ou Misericórdias locais, instituições que, ao serem informadas, poderão sensibilizar potenciais vítimas, nomeadamente no que diz respeito às burlas aos idosos.
Segundo o major João Morgado, já foi feito um primeiro contacto pelos Guardas juntos dos comerciantes e responsáveis institucionais da área de intervenção da GNR, no entanto qualquer proprietário poderá manifestar o seu interesse em entrar na rede enviando um mensagem para o endereço electrónico ct.vrl.sic@gnr.pt. “Contactamos apenas os potenciais utilizadores da nossa área de intervenção, mas estamos receptivos à adesão de todos comerciantes que estejam interessados”, sublinhou.
Apesar de várias instituições e lojistas já terem manifestado o interesse em entrar na rede de informação, a GNR reconhece que a internet ainda não faz parte do quotidiano de muitos comerciantes. No entanto, a informação também poderá ser difundida pelo ‘passa a palavra’ entre os comerciantes.
“Não queremos com este projecto trazer custos adicionais ao Estado”, sublinhou o mesmo responsável, explicando que por isso foi escolhida a utilização das caixas de correio electrónico em detrimento do telefone ou do fax.
Relativamente à possibilidade de divulgar a informação através da comunicação social, João Morgado explicou que o objectivo não passa pela informação pública até porque, assim, os infractores, conscientes da divulgação do seu modo de actuação, acabariam por engendrar novas estratégias, o poderia mesmo dificultar as investigações.
Ainda em fase experimental, o projecto desenvolvido no distrito é pioneiro a nível nacional.