O projeto “Experience.Nature Tua”, da empresa Desafio das Letras, promete dar a conhecer o Parque Natural do Vale do Tua a todas as pessoas com mobilidade reduzida ou mesmo sem mobilidade, que o pretendam fazer. Isso pode ser feito através da “joëlette”, que é basicamente um equipamento de transporte todo-o-terreno mono-roda, que permite a prática de pedestrianismo e o acesso a áreas montanhosas ou com pisos mais irregulares, a todas as pessoas com mobilidade reduzida, e que é utilizada onde as cadeiras de rodas, ou outros auxiliares da marcha, não permitem circular autonomamente, proporcionando segurança e conforto aos clientes por si transportados. Crianças ou adultos, mesmo aqueles que apresentam maior grau de dependência, podem desfrutar do contacto com a natureza, com o auxílio de dois acompanhantes.
Para Luís Jordão, mentor do projeto “Experience.Nature Tua”, esta é uma forma de alargar o conceito de ecoturismo inclusivo ao Parque Natural do Vale do Tua, que “tem belas paisagens”. “A ideia passa por criar uma oferta real de turismo inclusivo, por valores muito reduzidos, em cinco concelhos que fazem parte do Parque Natural do Vale do Tua (Murça, Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Vila Flor). Se cada autarquia ou posto de turismo adquirisse uma “joëlette”, todas as IPSS locais poderiam beneficiar dela e as pessoas que venham de fora e pretendam conhecer a região também o poderiam fazer com facilidade, uma vez que é um aparelho fácil de manobrar”.
O projeto já foi implementado nas aldeias de xisto da Lousã, no Alentejo e agora chega a Trás-os-Montes, onde se pretende dar a conhecer melhor a região às pessoas que têm dificuldades de mobilidade. “A melhor forma de o fazer é mesmo ir para o terreno” e proporcionar essa mais-valia às pessoas através da “joëlette”.
O primeiro passeio inclusivo está previsto para junho, em Murça, depois segue-se uma série de iniciativas que vão ter lugar nos restantes concelhos abrangidos pelo projeto, dando a mesma possibilidade a todos.
Este projeto está a ser apoiado em 50 por cento pela EDP Solidária Barragens, durante 12 meses, em que se vai percorrer dois a três locais em cada concelho. No final, a “joëllete” ficará na região ao serviço das pessoas. Cada aparelho custa cerca de 3 mil euros, na versão base, mas em Trás-os-Montes a mais aconselhável é a elétrica, que custa 5 mil euros. “Um valor pouco importante atendendo aos benefícios que trás para as pessoas”, destaca Luís Jordão, adiantando que a sua empresa comparticipa com os restantes 50 por cento para a implementação deste projeto no Tua, sendo esta “uma excelente forma de fazer turismo inclusivo e por isso as entidades públicas deveriam ter estes equipamentos disponíveis para estes públicos específicos”. A forma de implementar é simples e pouco dispendiosa. “Por exemplo, as IPSS poderiam ser prestadoras deste tipo de serviços. Alguém que tenha pouca mobilidade e pretenda dar um passeio por este local, era importante existir este tipo de serviço disponível, não só as pessoas do concelho, mas também para outros públicos vindos de fora”.